Brasil

Ipea defende novo reajuste do mínimo para 2º semestre

Márcio Pochmann defende mínimo de R$ 540 até julho e depois quer que o governo negocie com as centrais sinidicais um aumento até o final do ano

Márcio Pochmann não disse qual deveria ser o valor do mínimo no 2º semestre  (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

Márcio Pochmann não disse qual deveria ser o valor do mínimo no 2º semestre (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 14h23.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, defendeu hoje, em São Paulo, o salário mínimo de R$ 540, mas sugeriu que no segundo semestre o governo firmasse um acordo com as centrais sindicais, que defendem um mínimo de R$ 580.

"É inegável que o aumento do mínimo tem impacto nas contas públicas", afirmou. Contudo, Pochmann disse que o vencimento básico provou ser nos últimos oito anos um importante instrumento para a melhora da renda dos cidadãos com baixo poder aquisitivo. "O mínimo gera também um impacto positivo no consumo e na arrecadação tributária", afirmou.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a elevação de um real do mínimo causa um impacto de R$ 249,3 milhões na folha de benefícios da Previdência Social. Segundo o Dieese, o reajuste do mínimo de R$ 510 para R$ 540 representa uma despesa adicional de R$ 7,48 bilhões à Previdência.

Ainda com base nesses cálculos, é possível estimar que a elevação do mínimo para R$ 580, como querem as centrais, representaria um impacto total de R$ 17,451 bilhões nos cofres do Tesouro. Para o presidente do Ipea, o mais razoável é que no primeiro semestre a remuneração mínima seja de R$ 540, pois daria tempo suficiente para a administração federal verificar a evolução das contas públicas e a dinâmica do Produto Interno Bruto (PIB) nesse período.

Pochmann defendeu que a partir de julho, quando o governo terá uma noção mais ampla da necessidade de ajuste fiscal para todo o ano, "abra-se um espaço de diálogo" com as centrais e parlamentares que querem o mínimo de R$ 580. O presidente do instituto não manifestou a opinião sobre qual poderia ser o novo valor do mínimo que passaria a vigorar na segunda metade do ano. Pochmann participou do Seminário Panorama da Comunicação e das Telecomunicações do Brasil.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilGovernoSalário mínimoSindicatos

Mais de Brasil

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho