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Ipea: ajuste fiscal não afetou confiança das famílias na economia

Índice de Expectativas das Famílias de março registrou o 3º melhor resultado da série

Expectativa das famílias foi mais negativa no Norte e no Sul do país (Stock.xchng)

Expectativa das famílias foi mais negativa no Norte e no Sul do país (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2011 às 15h28.

Brasília - A confiança das famílias brasileiras na economia não foi afetada pelas medidas tomadas pelo governo para contenção do gasto público. Foi o que mostrou o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), levantado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado hoje (7). O presidente do instituto, Marcio Pochmann, disse que esperava um resultado diferente, depois do corte de mais de R$ 50 bilhões no Orçamento da União e das seguidas elevações da taxa básica de juros, a Selic, para conter o consumo.

O IEF de março mostra o terceiro melhor resultado da série, iniciada em agosto do ano passado. Foram feitas entrevistas em 3.810 domicílios de 214 municípios de todos os estados. O índice de confiança das famílias na economia do país ficou em 65,3 pontos, o mesmo resultado de fevereiro e queda de 2,8 pontos em relação a janeiro, quando se verificou o recorde da série (67,2 pontos).

A maioria dos indicadores do IEF foi mais positiva na Região Centro-Oeste e mais negativa no Norte e no Sul do país, destacou Pochmann. Ele explicou que as famílias de maior escolaridade e de maior renda revelaram mais otimismo do que as de menor renda e menor escolaridade.

O boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda feira (4) mostrou que a espectativa do mercado financeiro é de alta da inflação ao longo do ano, o que poderia ser motivo para queda na confiança das familias consultadas, estimou Marcio Pochmann.


A pesquisa feita pelo Ipea pergunta às famílias sobre a intenção de adquirir bens de consumo duráveis; qual a situação financeira comparada à de um ano atrás; o que a família espera para os próximos anos; qual a situação de endividamento em que se encontra; quais as condições que têm para pagar dívidas; e qual a situação das pessoas no mercado de trabalho.

O presidente do Ipea lembrou que trabalho semelhante é feito em países desenvolvidos para aferir o comportamento da população em relação à conjuntura econômica e financeira. A disposição das famílias quanto às decisões sobre investimentos tem a ver com a percepção que as pessoas têm sobre a economia do país como um todo, disse Pochmann. Um quesito que merece destaque, segundo ele, é que 54,1% das famílias ouvidas opinaram que o momento é propício para adquirir bens de consumo duráveis, como automóveis, enquanto 40,3% acham que o momento não é o ideal.

Para o Ipea, essa tendência justifica "a elevação atual do consumo e aponta para a sustentabilidade do impulso de crescimento da economia no curto prazo, apesar das taxas de juros elevadas que são cobradas do consumidor no país há muitos anos".

Figura ainda como destaque, segundo o instituto, moderação no risco de aumento da taxa de inadimplência do público em relação aos financiamentos. Outro destaque do IEF é que permanece positiva a expectativa em relação ao mercado de trabalho em que o chefe de familia aposta com a manutenção do seu emprego (80% dos pesquisados).

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