DESMATAMENTO: alerta climático ocorre dois anos após o Acordo de Paris, em que 195 países aprovaram o compromisso para reduzir a emissão de gases do efeito estufa (Vinícius Mendonça/Ibama/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 06h29.
Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 07h14.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) divulga nesta segunda-feira um relatório que deve determinar os novos caminhos para combater o aquecimento global do mundo. Considerado como um dos mais importantes painéis climáticos do mundo, o IPCC tratará das medidas para conter um aumento da temperatura do mundo acima do aceito, de 1,5 graus Celsius.
O alerta climático ocorre dois anos após o Acordo de Paris, em que 195 países aprovaram o compromisso para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Para o coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Alfredo Sirkis, o relatório vai mostrar que o sinônimo de redução será reflorestamento. “Evidentemente, o desafio de não ultrapassar 1,5°C é muito difícil de ser alcançado no estágio atual da tecnologia e da forma como está o desenvolvimento econômico no âmbito internacional. Mas, é um horizonte que tem que ser levado em conta”, comentou.
Uma semana atrás, um estudo publicado mostrou que florestas em pé reduzem 25% do dióxido de carbono produzido pelos seres humanos na atmosfera.
O alerta climático chega em boa hora ao Brasil, uma vez que pode se tornar pauta nas campanhas dos candidatos à presidência, no segundo turno. Pesquisadores do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa assinaram uma carta afirmando que era necessário “proteger e manter as florestas, de modo a evitar mudanças climáticas, e garantir que os serviços florestais atuem normalmente.
Jair Bolsonaro (PSL) já afirmou que, se eleito, retirará o país do compromisso internacional. A exemplo do que Donald Trump fez nos Estados Unidos. Além disso, seu programa não apresenta propostas específicas nos temas de clima, redução do desmatamento ilegal ou universalização do saneamento básico.
Já Fernando Haddad (PT) divide sua proposta para o meio ambiente em cinco capítulos, e propõe uma “Transição ecológica para a nova sociedade do século XXI”. O petista ainda defende uma economia de baixo impacto ambiental, a promoção do direito à água e ao saneamento básico, o desmatamento zero, e a proteção da sociobiodiversidade.
Ainda assim, Haddad deu ênfase muito pequena em meio-ambiente durante o primeiro turno. A ver se, nas próximas três semanas, sustentabilidade, de alguma forma, entra na agenda dos candidatos. Deveria.