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Investimentos do governo disparam no pré-eleição

Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, volume de investimentos do governo federal entre janeiro e agosto é recorde desde 2006


	Dilma Rousseff: em agosto, foram desembolsados R$ 6,8 bilhões, o volume mais elevado do ano
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff: em agosto, foram desembolsados R$ 6,8 bilhões, o volume mais elevado do ano (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2014 às 08h12.

Brasília - Os investimentos do governo federal dispararam em agosto, atingindo o volume mais elevado do ano. Foram desembolsados R$ 6,8 bilhões, em comparação a uma média de R$ 4,7 bilhões nos meses anteriores, segundo levantamento da ONG Contas Abertas com base no Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi).

O volume desembolsado de janeiro a agosto é também recorde desde 2006: R$ 39,9 bilhões, o que corresponde a 47,6% dos investimento autorizados em 2014 - no ano passado, esse índice estava em 31,9%; em 2012, eram 30,4%. Os investimento realizados em agosto só se comparam com os meses de dezembro, tipicamente elevados.

"Para mim, só as eleições explicam esse movimento", disse o secretário-geral da organização, Gil Castello Branco. "Com a arrecadação ruim e as dificuldades para fechar algum superávit no fim do ano, não parece racional abrir os cofres." De fato, é possível observar comportamento semelhante em 2010. Naquele ano eleitoral, a execução dos investimentos subiu a partir de julho e se manteve elevada até o fim do ano.

A diferença é que, agora, há uma séria restrição de caixa. O aumento dos desembolsos ocorre no mesmo mês em que o governo sofreu uma frustração de receitas de pelo menos R$ 4 bilhões, segundo fontes anteciparam ao Estado. De R$ 13 bilhões esperados em razão da reabertura do programa de refinanciamento de débitos tributários (Refis), teriam ingressado de R$ 6 bilhões a R$ 9 bilhões.

Assim, esse conjunto de dados aponta para um desempenho ruim das contas públicas em agosto e coloca ainda mais em xeque a meta fiscal de 2014. Os resultados oficiais, que em geral não coincidem exatamente com os números do Siafi, serão divulgados no fim deste mês, a poucos dias das eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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