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Investigador tinha amplos poderes na corregedoria da polícia

Waldir Tabach, por determinação do diretor, Nestor Sampaio Penteado Filho, deveria ser avisado sobre todas as diligência de qualquer delegacia

Viaturas da Polícia Civil de São Paulo em São José do Rio Preto (Edson Lopes Jr./A2D/Fotos públicas)

Viaturas da Polícia Civil de São Paulo em São José do Rio Preto (Edson Lopes Jr./A2D/Fotos públicas)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 07h08.

São Paulo – O chefe dos investigadores da Corregedoria da Polícia Civil, Waldir Tabach, sempre teve amplos poderes dentro do departamento. Por determinação do diretor, Nestor Sampaio Penteado Filho, ele deveria ser avisado sobre todas as diligência de qualquer delegacia da corregedoria.

A medida, tomada logo no início da gestão de Penteado Filho, em 2013, desagradou vários delegados e investigadores que estavam havia vários anos na Corregedoria. Alguns, pediram transferência para outros departamentos.

Segundo as investigações dos promotores do Gecep (Grupo Especial de Controle Externo da Polícia), Tabach é suspeito de ser o mandante do 'mensalão' da corregedoria. E o fato de ele ser avisado sobre todas as investigações foi fator importante para aumentar as suspeitas contra ele.

Uma testemunha protegida afirmou, em depoimento ao Gecep, que o chefe dos investigadores cobraria R$ 50 mil por mês de delegacias para avisar policiais corruptos sobre operações e investigações. Ele não foi localizado para comentar as denúncias.

Ozilak

Antes de ser o homem de confiança da Corregedoria da Polícia Civil, Tabach foi o investigador chefe do delegado Luiz Ozilak Nunes da Silva, condenado em 2010, a mais de 13 anos de prisão por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

Ele foi demitido da Polícia Civil, em setembro de 2008 por decisão do então governador José Serra (PSDB) por usar duas mulheres como laranjas na compra de um resort de luxo, em Juquitiba, na Região Metropolitana.

Antes de ser preso, em 2012, Ozilak ficou dois anos foragido da Justiça. Segundo a promotoria, o hotel foi avaliado em mais de R$ 12 milhões e foi construído pelo delegado e comparsas com dinheiro do tráfico de drogas e de extorsões a bandidos ligados ao crime organizado.

A Justiça nomeou um administrador para o hotel, que acabou expulso de lá, segundo os promotores, por policiais militares ligados a Ozilak.

Na época, o delegado tinha salário de R$ 5 mil e justificou o crescimento do patrimônio graças ao fato de ter ganhado 17 vezes na loteria.

Segundo o Ministério Público Estadual, em 2001, um avião com 549 quilos de cocaína, que seriam da quadrilha dele, caiu na Amazônia e foi aprendido pela Polícia Federal com a droga.

Tabach chegou a ser investigado na época pela promotoria e também pela corregedoria, mas não foram encontradas provas contra ele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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