Brasil

Mercadante e Nunes não têm relação com a Petrobras, diz STF

A Procuradoria-Geral da República pede para investigar os dois por suposto recebimento de dinheiro ilícito na campanha eleitoral


	Aloizio Mercadante e Aloysio Nunes: a Procuradoria-Geral da República pede para investigar os dois por suposto recebimento de dinheiro ilícito na campanha eleitoral
 (José Cruz/ABr)

Aloizio Mercadante e Aloysio Nunes: a Procuradoria-Geral da República pede para investigar os dois por suposto recebimento de dinheiro ilícito na campanha eleitoral (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 08h05.

Brasília - Investigações sobre o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), e sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ficarão separadas da apuração sobre o esquema de corrupção na Petrobras no Supremo Tribunal Federal.

A Procuradoria-Geral da República pede para investigar os dois por suposto recebimento de dinheiro ilícito na campanha eleitoral, mas sem relacionar os casos do petista e do tucano ao pagamento de propina para obtenção de contratos da estatal.

A avaliação é de que os dois não teriam participação na intermediação dos negócios da companhia. As informações foram levadas ao conhecimento do ministro Teori Zavascki e, segundo investigadores, os dois casos serão redistribuídos a outros ministros da Corte.

Já o inquérito que investiga o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, por suposto uso de dinheiro oriundo de propina na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, contudo, continua no gabinete de Zavascki, que é relator das investigações sobre o esquema na Petrobras na Corte.

Os três políticos foram citados na delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Em depoimentos, o empreiteiro disse ter doado R$ 500 mil a Mercadante em 2010, quando o ministro disputou o governo de São Paulo. Afirmou ainda ter doado a Aloysio Nunes R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil via caixa 2 no mesmo ano.

Doação

No caso de Mercadante e do senador tucano, a apuração deve recair sobre questões ligadas à área eleitoral, como fraude de documentos e recebimento de dinheiro de caixa 2. Investigadores querem saber se o ministro da Casa Civil e o tucano sabiam da origem ilícita do dinheiro de Pessoa, o que, se confirmado, poderia caracterizar ainda lavagem de dinheiro.

As peças encaminhadas pelo próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a investigação do ministro da Casa Civil e do senador tucano apontam diferença entre os dois casos e as irregularidades praticadas na estatal.

A redistribuição de processos no STF é feita a partir de sorteio, após análise da presidência do Tribunal.

Investigadores com acesso ao caso relatam que as menções a Mercadante e a Aloysio Nunes são mais "frágeis". No depoimento, o delator afirma, segundo fontes, que ele mesmo procurou os dois políticos para realizar as doações para campanha.

Todo o material sobre os inquéritos fundamentados na delação de Pessoa é mantido como "oculto" no sistema do tribunal, sem divulgação de nome dos investigados, relator, teor do material encaminhado por Janot e trechos da delação do empreiteiro.

Os casos só serão tornados públicos a partir do recebimento de eventual denúncia pelo STF - no caso de a Procuradoria entender que há elementos suficientes para oferecer uma acusação formal contra os investigados.

Em nota, Mercadante disse desconhecer o teor da delação de Pessoa e reafirmou que os R$ 500 mil doados pela UTC foram declarados e "devidamente comprovados" em prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Aloysio Nunes afirmou, por meio da assessoria, que não recebeu caixa 2 e que irá aguardar ter acesso à delação premiada para se manifestar.

Acompanhe tudo sobre:PolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilPartidos políticosOperação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)Aloizio Mercadante

Mais de Brasil

MEC vai punir cursos de medicina mal avaliados em exame a partir de 2026; entenda

Dino diz que ordens de tribunais internacionais integrados pelo Brasil seguem com eficácia imediata

'Não vamos permitir preconceito', diz ministro do Turismo sobre veto de alimentos na COP 30

Níveis de reservatórios em São Paulo estão no menor nível desde a crise hídrica de 2015