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Investigação sobre ação da PM na Cracolândia termina em março

Segundo o promotor de Direitos Humanos e Saúde Pública, Arthur Pinto Filho, o inquérito aberto no último dia 10 está "andando muito bem"

Com o fim da apuração, o Ministério Público pretende entrar com as ações judiciais até o início de abril (Divulgação/PMSP)

Com o fim da apuração, o Ministério Público pretende entrar com as ações judiciais até o início de abril (Divulgação/PMSP)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 07h43.

São Paulo - O Ministério Público de São Paulo deve concluir em março a investigação sobre a operação policial na região do centro paulistano conhecida como cracolândia.

Segundo o promotor de Direitos Humanos e Saúde Pública, Arthur Pinto Filho, o inquérito aberto no último dia 10 está "andando muito bem" e busca provas sobre os abusos cometidos pela Polícia Militar e a Guarda Civil.

"Estamos ouvindo algumas pessoas que são moradoras de rua e viram a atuação da PM naqueles primeiros dias", disse em entrevista à Agência Brasil. De acordo com ele, atuação das corporações no início da ação foi "muito lamentável". "Uma violência geral e irrestrita contras as pessoas de lá, sem verificar quem é criança, quem é adolescente".

Com o fim da apuração, o Ministério Público pretende entrar com as ações judiciais até o início de abril. O promotor ressaltou que também poderão ser indiciados os responsáveis por comandar a operação que ocupou as ruas onde era livre o uso e o tráfico de crack. "Até onde a gente consegue analisar a ação das autoridades, elas praticaram improbidade [administrativa]", destacou.

O promotor espera ainda que com o depoimento dos comandantes da polícia seja possível determinar quem deu a ordem para o início da ação, ponto que até o momento não foi esclarecido. "Sabemos que quem comandou foi a PM, agora não temos clareza de quem deu essa ordem para o comandante". As autoridades serão chamadas para depor após o fim da coleta de relatos sobre atuação na cracolândia.

Além das denúncias de abuso, o Ministério Público apura se o Estado e o município estavam aparelhados para dar assistência aos dependentes químicos. " Na nossa maneira de ver, não estavam", destacou. Para avaliar essa atuação, o Ministério Público está ouvindo médicos e especialistas da área de saúde.

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