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Invasão e clonagem de placas: como esta quadrilha fazia arrastão em condomínios de luxo em SP

Operação Shalom prendeu 15 suspeitos e desarticulou quadrilha que roubava condomínios de luxo; ação cumpriu 51 mandados de busca e apreensão e 17 de prisão

Operação Shalom: ação da Polícia Civil de SP desarticulou quadrilha especializada em roubos a condomínios de luxo na capital e região metropolitana. (Divulgação/Agência SP)

Operação Shalom: ação da Polícia Civil de SP desarticulou quadrilha especializada em roubos a condomínios de luxo na capital e região metropolitana. (Divulgação/Agência SP)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 14h37.

Última atualização em 12 de agosto de 2025 às 15h26.

A Polícia Civil de São Paulo realizou, na manhã desta terça-feira, 12, uma operação de grande porte contra uma quadrilha especializada em roubos a condomínios de luxo na capital e região metropolitana. A ação, que cumpriu 51 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão, foi deflagrada após um roubo ocorrido em maio deste ano, em um condomínio de alto padrão localizado no bairro de Santa Cecília, região central da cidade.

Os agentes da operação, batizada de “Operação Shalom”, desarticularam a organização criminosa que agia com uma estratégia elaborada, segundo a polícia. Até o momento, 15 suspeitos foram presos — entre eles, dois já eram considerados foragidos da Justiça.

Segundo o delegado Ronald Quene, da 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), os criminosos utilizaram uma tática planejada para garantir o sucesso da invasão.

Como funcionavam os roubos

Na noite anterior ao crime destacado, os integrantes da quadrilha se infiltraram no condomínio, disfarçados de funcionários de uma empresa de telefonia. Eles conseguiram cortar os cabos de internet da unidade, desativar os sistemas de monitoramento e garantir que a ação transcorresse sem ser percebida.

No dia seguinte, os criminosos retornaram ao local, desta vez com placas de veículos clonadas. As placas, segundo informações do governo de São Paulo, eram idênticas a de moradores do condomínio. Deste modo, os suspeitos entraram no complexo sem levantar quaisquer suspeitas.

Eles renderam as vítimas e levaram uma grande quantidade de bens de alto valor, como dinheiro, joias e relógios.

Crimes similares já vinham sendo investigados

De acordo com um levantamento da TV Globo, esse roubo não foi o único do gênero registrado em 2025. No início deste mês, um grupo de 15 criminosos armados realizou um arrastão em um prédio residencial localizado em Moema, bairro nobre da zona sul. Os criminosos renderam o porteiro e obrigaram moradores a abrir os apartamentos e realizaram o roubo em diversas residências.

Recentemente, no bairro do Paraíso, também na região central de São Paulo, a Polícia Militar impediu uma tentativa semelhante de invasão a um condomínio. Os suspeitos, que usaram placas de carro e controles de garagem clonados, foram interceptados após um dos funcionários do prédio suspeitar da movimentação e acionar a corporação.

Em 2025, já foram registrados 12 roubos a residências dentro de condomínios, superando a soma dos casos de 2024, 2023 e 2022 que, juntos, tiveram apenas nove registros. Dados da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo indicam uma queda geral de 17% nos roubos a residências no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

“A Polícia Civil reafirma seu compromisso com o combate à criminalidade organizada e à proteção da população, ressaltando que operações dessa magnitude são fruto de trabalho investigativo minucioso, cooperação entre unidades especializadas e uso de tecnologia de inteligência policial”, disse o delegado da operação.

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