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Internautas convocam "panelaço" contra Bolsonaro e cresce pressão por impeachment

Circula nas redes uma convocação de opositores do governo para um "panelaço" nesta noite às 20h30 em todo o País

Panelaço: o anúncio do protesto diz: "Sem oxigênio, sem vacina, sem governo.#brasilsufocado". (Isac Nóbrega/PR/Divulgação)

Panelaço: o anúncio do protesto diz: "Sem oxigênio, sem vacina, sem governo.#brasilsufocado". (Isac Nóbrega/PR/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 15h51.

Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 18h52.

Com a repercussão do colapso no sistema de saúde em Manaus, que enfrenta um problema de escassez de oxigênio nas redes públicas e privadas de hospital provocadas pela pandemia do novo coronavírus, cresce a pressão nas redes sociais para que autoridades tomem providências contra o presidente Jair Bolsonaro, responsabilizado pelos internautas pelo problema devido ao seu discurso negacionista com relação ao vírus.

Nesta manhã de sexta-feira, 15, entre os dez assuntos mais comentados no Twitter, sete são referentes ao problema em Manaus sendo o primeiro a hashtag "#ImpeachmentBolsonaroUrgente". Também circula nas redes e em aplicativos de mensagens uma convocação de opositores do governo para um "panelaço" nesta noite às 20h30 em todo o País. O anúncio do protesto diz: "Sem oxigênio, sem vacina, sem governo.#brasilsufocado".

O ex-governador do Ceará e candidato à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes (PDT), classificou o presidente Jair Bolsonaro de "genocida" e comentou que "enquanto nossos irmãos e irmãs de Manaus morrem sem oxigênio, Bolsonaro insiste em indicar medicamentos sem eficácia comprovada".

O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), foi adepto da hashtag e afirmou que a ausência do presidente em Manaus "apenas confirma e reforça que ele não sabe mesmo o que fazer para o bem do Brasil".

Já integram o movimento parlamentares como a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP), que afirmou em seu perfil no Twitter que "a sociedade brasileira não aguenta mais tanta incompetência e falta de humanidade de um governo que não governa", e a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que na mesma linha disse "Basta deste governo genocida! Exigimos Impeachment já". O Movimento Brasil Livre (MBL) também convocou seus seguidores no Twitter a participar do ato desta noite.

O apresentador, e possível candidato à Presidência em 2022, Luciano Huck, disse em vídeo publicado em suas redes sociais que o colapso do sistema de saúde em Manaus "é consequência sim da irresponsabilidade, da ingerência, da descoordenação, da falta de respeito, da negação da ciência, de todos os absurdos e maluquices que a gente viu, ouviu e leu de como as autoridades brasileiras vêm tratando a crise da covid-19". Huck também aumentou o coro para o panelaço, convidando seus seguidores do Twitter a participar do movimento.

A pressão nas redes também mira no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também figura na lista dos dez assuntos mais comentados no País dentro da plataforma, para que o parlamentar paute o processo de impeachment do presidente Bolsonaro. A deputada do PSOL, Talíria Petrone (RJ), escreveu que Maia "finge" fazer oposição ao governo pelo Twitter, enquanto "está sentado em mais de 60 pedidos de impeachment". Na quinta-feira, 14, o presidente da Câmara apontou que a falta de oxigênio em Manaus é fruto de "uma agenda negacionista" e disse ser fundamental que o Congresso retome as atividades na semana que vem.

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