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Interiorização de imigrantes venezuelanos será permanente, diz Padilha

Esta é a 1ª vez que Brasília recebe os venezuelanos que deixaram seu país de origem motivados pela insegurança política, violência ou crise econômica

Na capital, dos 50 migrantes acolhidos na Aldeias Infantis SOS, 20 são crianças, sendo sete bebês de colo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Na capital, dos 50 migrantes acolhidos na Aldeias Infantis SOS, 20 são crianças, sendo sete bebês de colo (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de julho de 2018 às 19h33.

Após receber os 50 venezuelanos na organização Aldeias Infantis SOS em Brasília que embarcaram na manhã de hoje (24) em Boa Vista, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, Eliseu Padilha, informou que o processo de interiorização da população venezuelana será permanente.

Após receber na organização Aldeias Infantis SOS de Brasília os 50 venezuelanos que haviam saído de Boa Vista na manhã de hoje (24), o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência, Eliseu Padilha, informou que o processo de interiorização da população venezuelana será permanente.

"A interiorização é permanente porque temos uma entrada permanente em Roraima. Temos que interiorizar, caso contrário Roraima não consegue suportar toda a população venezuelana que está adentrando Roraima", disse Padilha, ao lado dos ministros dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, e do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame.

Ainda segundo Padilha, os abrigos em Roraima têm capacidade para 6 mil pessoas e o governo quer manter este número de abrigados. "Portanto, nós teremos que fazer a interiorização do que exceder 6 mil", acrescentou.

Integração dos imigrantes

O ministro da Casa Civil informou que, em média, cerca de 30% dos migrantes venezuelanos que foram interiorizados anteriormente "já se integraram, já buscaram uma atividade produtiva, estão trabalhando e produzindo para sua família e deixaram de depender do processo de abrigamento".

Padilha acrescentou que o governo não tem um programa de emprego especifico para a população venezuelana, mas, para o ministro, o fato de muitos terem formação superior pode facilitar a inserção no mercado de trabalho.

Entre abril e julho deste ano, o processo de interiorização dos migrantes que pediram refúgio ou residência no Brasil envolveu 690 venezuelanos que foram retirados de Roraima, por onde a maioria entra no país. A maioria (267) foi para São Paulo, mais 165 para Manaus, 95 para Cuiabá, 69 para Igarassu (PE), 44 para Conde (PB) e 50 para o Rio de Janeiro. O acolhimento depende do interesse das cidades de destino em participar do processo e da existência de vagas em abrigos.

Segundo a Casa Civil, no final de junho, havia 56.740 venezuelanos em Roraima, entre residentes e solicitantes de refúgio.

Nova etapa de interiorização

Em nova etapa do processo de interiorização, 130 venezuelanos foram transferidos nesta terça-feira de Boa Vista para outras quatro capitais. Além de Brasília, eles foram levados para abrigos em Cuiabá (24 venezuelanos), São Paulo (20) e Rio de Janeiro (36). Anteriormente, o governo havia divulgado que seriam 131 venezuelanos, mas um não embarcou para São Paulo.

Segundo a Casa Civil, todos os selecionados aceitaram participar da interiorização, foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil - inclusive com CPF e carteira de trabalho.

Esta é a primeira vez que Brasília recebe os venezuelanos que deixaram seu país de origem motivados pela insegurança política, estado de violência ou pela crise econômica. Na capital, dos 50 migrantes acolhidos na Aldeias Infantis SOS, 20 são crianças, sendo sete bebês de colo.

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