Brasil

Intelectuais e artistas manifestam apoio a Dilma

Na cerimônia, a presidente recebeu 20 documentos, entre manifestos e notas, em defesa e contra o que classificam de “golpe”


	Dilma e artistas: na cerimônia, a presidente recebeu 20 documentos, entre manifestos e notas, em defesa e contra o que classificam de “golpe”
 (Ricardo Stuckert / Presidência da República)

Dilma e artistas: na cerimônia, a presidente recebeu 20 documentos, entre manifestos e notas, em defesa e contra o que classificam de “golpe” (Ricardo Stuckert / Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2016 às 13h43.

Brasília - Em discursos hoje (31) no Palácio do Planalto, intelectuais e artistas manifestaram apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff que enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

Na cerimônia, a presidente recebeu 20 documentos, entre manifestos e notas, em defesa e contra o que classificam de “golpe”.

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que comanda o Projeto Caminhar de Novo, gravou um vídeo em que defende a continuidade do governo Dilma e diz que na última década o Brasil começou a apostar na educação, na ciência e na tentativa de promover uma inclusão social que nunca tinha ocorrido antes.

“O mundo inteiro sabe da tentativa de se remover uma presidente sem a legitimidade das urnas, mas por meio de um processo que combina múltiplas formas, que se iniciou na noite do anúncio do resultado das urnas”.

Ao final do vídeo, ele manda uma mensagem para a presidente, pedindo a ela que resista.

“Mando uma mensagem para Dilma de um brasileiro que ama o Brasil, cresceu numa ditadura e viu o país sair das trevas: senhora presidente, resista, porque a senhora não está sozinha”.

O escrito Raduna Nassar disse que a presidente não cometeu crime de responsabilidade, portanto, não há legitimidade no pedido de impeachment.

“Os que insistem no seu afastamento atropelam a legalidade, subvertendo o Estado Democrático de Direito. Os que tentam promover a saída de Dilma arrogam-se hoje sem qualquer pudor como detentores da ética, mas serão execrados amanhã, não tenho dúvida”, afirmou.

A cineasta Anna Muylaert discursou na cerimônia e disse que veio prestar apoio à presidente no que classificou de “momento difícil”.

“Estou aqui para dizer que o trabalho que foi feito pelo governo Dilma e o governo Lula é de uma inclusão social num nível estrondoso na história. A Europa sabe, reconhece e aqui talvez ainda precise de alguns anos para que a gente entenda o tamanho do que aconteceu e deverá continuar acontecendo”, disse.

Ela entregou à presidente um manifesto do cinema pela democracia.

A atriz Letícia Sabatella falou sobre conquistas sociais do governo Dilma e disse que veio clamar por democracia e que o país vive um momento de polarização e ódio. “Isso fomentado por um plano maquiavélico de tomada de poder na marra”.

O professor doutor Leonardo Avritzer, da Universidade Federal de Minas Gerais, defendeu a democracia e disse que, neste momento, há no país forças políticas rompendo com esse preceito fundamental. 

“Hoje a democracia está sendo subvertida e desestabilizada. A democracia é a conquista mais importante da nossa geração e nossa obrigação é transmití-la às próximas gerações. Aqueles que na ânsia de ocupar o poder estão tentando suberter os valores da nossa democracia responderão por isso”.

O evento ocorre dias depois do ato dos juristas contra o impeachment no Planalto. O ato foi batizado de "Pela Legalidade e em Defesa da Democracia" e dele participaram também advogados, promotores e defensores públicos contrários ao processo de impeachment.

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