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Instituto confirma visita de Lula a imóvel no Guarujá

A entidade confirmou que o ex-presidente esteve na unidade 164-A em uma "única ocasião", em 2014, com Marisa Letícia e o presidente da OAS, Léo Pinheiro


	Condomínio Solaris no Guarujá: o instituto nega que Lula seja dono do triplex
 (Reprodução Google Street View)

Condomínio Solaris no Guarujá: o instituto nega que Lula seja dono do triplex (Reprodução Google Street View)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2016 às 13h01.

São Paulo -- O Instituto Lula publicou em seu site reproduções de documentos para voltar a negar que o apartamento no edifício Solaris, no Guarujá, pertença a Luiz Inácio Lula da Silva e sua família. A entidade confirmou que o ex-presidente esteve na unidade 164-A, um tríplex de 215 metros quadrados, em uma "única ocasião", em 2014, com a mulher, Marisa Letícia, e o presidente da OAS, Léo Pinheiro. "Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava", diz a nota.

O instituto afirma que a ex-primeira-dama e Fábio Luís Lula da Silva voltaram ao apartamento quando este estava em obras. Segundo o instituto, Lula estava avaliando a compra da unidade, mas não fechou o negócio. O apartamento está em nome da própria OAS.

A nota diz que a família desistiu do negócio "mesmo tendo sido realizadas reformas e modificações no imóvel (que naturalmente seriam incorporadas ao valor final da compra)" por causa de "notícias infundadas, boatos e ilações que romperam a privacidade necessária ao uso familiar do apartamento".

A nota reproduz o contrato para a compra de uma cota-parte da Bancoop pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, em 2005, e anexa comprovante de pagamentos mensais à Bancoop e diz que a família investiu R$ 286 mil em valores atualizados na cota, que daria direito a opção de compra da unidade 141, de 82 metros quadrados, no condomínio. O investimento foi declarado pelo ex-presidente ao Tribunal Superior Eleitoral na campanha presidencial de 2006.

Em setembro de 2009, depois da crise financeira da Bancoop, a família decidiu não aderir ao contrato com a incorporadora OAS, que assumiu a obra, mas, segundo o instituto, manteve "o direito de solicitar a qualquer tempo o resgate da cota de participação na Bancoop e no empreendimento". Em novembro de 2015, segundo o texto, Marisa Letícia assina um termo pedindo o resgate da cota, a serem pagos em "36 parcelas, com um desconto de 10% do valor apurado, nas mesmas condições de todos os associados que não aderiram ao contrato com a OAS em 2009". "A devolução do dinheiro aplicado ainda não começou a ser feita", anota o instituto.

O texto, publicado no fim da noite de sábado, 30, e compartilhado pela página do instituto no Facebook neste domingo, diz que "adversários de Lula e sua imprensa tentam criar um escândalo a partir de invencionices". O instituto voltou a criticar a decisão do promotor Cássio Conserino de intimar Lula e sua mulher a depor como investigados. "Além de infundada, a acusação leviana do promotor desrespeitou todos os procedimentos do Ministério Público, pois Lula e Marisa sequer tinham sido ouvidos no processo", afirma nota.

O Instituto Lula já havia divulgado uma nota na sexta-feira, 29, sobre o assunto. "São infundadas as suspeitas do Ministério Público de São Paulo e são levianas as acusações de suposta ocultação de patrimônio por parte do ex-presidente Lula ou seus familiares", dizia a nota. "A verdade ficará clara no correr das investigações."

Conserino diz ter indícios de que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do tríplex, o que pode caracterizar crime de lavagem de dinheiro.

Na quarta-feira, 27, a Operação Lava Jato deflagrou a Triplo X, sua 22ª fase, que tinha como alvos a Bancoop, a OAS e a Mossack Fonseca. Segundo a PF, esta etapa da investigação apura a ocultação de patrimônio por meio de um empreendimento imobiliário, o Condomínio Solaris, "havendo fundadas suspeitas de que uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato teria se utilizado do negócio para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no esquema criminoso da Petrobras".

A Polícia Federal incluiu o tríplex 164-A no rol de imóveis com "alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade" sob investigação na operação.

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