Brasil

Inquérito indicia 10 PMs pelo desaparecimento de Amarildo

Divisão de Homicídios encaminhou ao Ministério Público a conclusão do inquérito sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro


	Protesto sobre desaparecimento de Amarildo: pedreiro sumiu no dia 14 de julho depois de ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha
 (Fernando Frazão/ABr)

Protesto sobre desaparecimento de Amarildo: pedreiro sumiu no dia 14 de julho depois de ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha (Fernando Frazão/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 23h33.

Rio de Janeiro - A Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense encaminhou, na noite de hoje (1º), ao Ministério Público do Rio, a conclusão do inquérito sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarido de Souza, de 47 anos. Ele sumiu no dia 14 de julho depois de ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.

O documento indicia dez policiais militares lotados à época na UPP, entre eles, o ex-comandante da unidade, major Edson dos Santos. Todos vão responder pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. O promotor de Justiça, Homero de Freitas, encarregado do caso, disse que vai oferecer denúncia contra os acusados nos próximos dias.

O advogado da família de Amarildo, João Tancredo, disse que, ao tomar conhecimento da conclusão do inquérito, ligou para Bete, mulher de Amarildo, e declarou que não esperava resultado diferente. Segundo ele, o Amarildo foi levado para a sede da UPP, onde foi torturado e morto. "Os policiais que prenderam Amarildo disseram que depois de ouvi-lo o liberam para ir para casa na noite de 14 de julho. Inclusive, o major Edson disse que cumprimentou Amarildo e entregou os documentos a ele".

O advogado João Tancredo explicou que se Amarildo tivesse ido para casa, pelo caminho apontado pelos militares, que leva à localidade conhecida como Dioneia, a câmera instalada 10 metros à frente teria registrado a presença do ajudante de pedreiro descendo as escadarias em direção à casa onde morava, e, segundo ele, não há imagens da vítima deixando a UPP. "Outras duas câmeras de segurança estavam desligadas ou queimadas, mas essa de acesso à Dioneia e a outra instalada no portão vermelho estavam funcionando e não mostram Amarildo deixando a unidade", disse.

Acompanhe tudo sobre:Polícia MilitarUPPViolência policial

Mais de Brasil

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa

Tornozeleira eletrônica foi imposta por Moares por “atos de terceiros”, diz defesa de Bolsonaro

Após operação da PF contra Bolsonaro, Lula diz que será candidato a reeleição em 2026