Torneira: não é possível prever se as chuvas serão suficientes para aliviar a crise hídrica em SP (Marcos Santos/ USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2014 às 10h34.
São Paulo - A estação de chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste começará em meados de novembro, com cerca de um mês de atraso, de acordo com previsão para o próximo trimestre divulgada pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo o responsável científico pela previsão, Marcelo Seluchi, do Inpe, o Sudeste terá chuvas mais regulares a partir do meio de novembro. Mas não é possível prever se elas serão suficientes para aliviar a crise hídrica em São Paulo.
"A data de início das chuvas não tem relação com sua qualidade. No ano passado elas começaram precocemente e cessaram no meio de dezembro, antes do previsto", afirmou o especialista.
Seluchi explica que as previsões no Sudeste são especialmente difíceis de realizar. "A situação hídrica no Sudeste é desconfortável e todos gostaríamos de saber se as chuvas serão suficientes para encher os reservatórios. Mas os instrumentos não são confiáveis para a região."
El Niño
O relatório também informa que o fenômeno El Niño ainda não se configurou em sua forma convencional, mas as anomalias na temperatura da superfície do Oceano Pacífico e o padrão de chuvas no Brasil indicam a ocorrência de um El Niño com fraca intensidade.
O fenômeno se caracteriza por um enfraquecimento dos ventos alísios, com aquecimento anormal do Pacífico, o que provoca mudanças nas correntes atmosféricas, afetando todo o clima global. No Sudeste, ele não muda o padrão de chuvas, mas provoca aumento da temperatura.
O relatório é uma "previsão de consenso", elaborada pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), formado por cientistas de diferentes órgãos meteorológicos brasileiros.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.