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Carta do Santander repetiu trechos do Fator, diz Valor

Segundo o Valor, carta sobre piora na economia vinculada às chances de reeleição da presidente Dilma teria reproduzido frases de uma análise do Fator. Três funcionários do Santander foram demitidos, segundo EXAME revelou


	Agência do Santander: pelo menos três funcionários do bancoi foram demitidos após polêmica envolvendo Dilma
 (Paul Hanna/Reuters)

Agência do Santander: pelo menos três funcionários do bancoi foram demitidos após polêmica envolvendo Dilma (Paul Hanna/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 11h56.

São Paulo – A carta do banco Santander que apontava piora no cenário econômico diante de uma possível reeleição da presidente  Dilma Rousseff teria replicado parte de um relatório do Banco Fator. A informação é do jornal Valor Econômico.

Segundo o jornal, o texto do Fator teria sido divulgado em 3 de junho. Já o extrato do Santander que causou mal estar com o governo foi enviado aos clientes mais ricos do banco no início de julho.

“Se Dilma se estabilizar ou voltar a subir nas pesquisas um cenário de reversão pode surgir. O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e estatais e Bovespa cairiam, revertendo parte das altas recentes”, diz parte do relatório do Fator, assinado pelo estrategista Paulo Gala, que também é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ao contrário do texto do Fator, a carta do Santander divulgada para os clientes do segmento Select - que têm renda de mais de 10 mil reais por mês – não estava identificada como uma análise de mercado e não possuía assinatura.

Conforme EXAME revelou, a polêmica envolvendo os clientes Select causou a demissão de Sinara Polycarpo Figueiredo, superintendente de investimentos, cargo de alto escalão do banco.

EXAME também apurou que ao menos outras duas pessoas foram demitidas: Eduardo Correia, gerente comercial da equipe que fez o relatório, e a analista que escreveu o texto.

Em meio à corrida presidencial, o episódio causou a ira do PT. O site da campanha de Dilma classificou o caso como "terrorismo eleitoral".

Num encontro com sindicalistas no final de julho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que os responsáveis fossem demitidos. “Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente... Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim”, disse Lula.

Logo em seguida, o Santander pediu desculpas pela carta e anunciou a demissão dos envolvidos.

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