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Inflação só não foi pior porque Brasil importa deflação, diz especialista

Economista José Márcio Camargo projeta alta de 0,5 ponto percentual nos juros básicos neste mês

Video-game importado: deflação de produtos industriais alivia preços no Brasil (Wikimedia Commons)

Video-game importado: deflação de produtos industriais alivia preços no Brasil (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2011 às 15h33.

São Paulo - A crise ainda provoca uma enorme capacidade ociosa no setor industrial em vários países, o que derruba os preços dos produtos manufaturados. Com o mercado interno aquecido, o Brasil importa essa deflação de produtos industriais.

A avaliação é do economista-chefe da Opus Gestão de Recursos, José Márcio Camargo, que participou nesta sexta-feira (7) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“A inflação só não foi maior em 2010 porque o Brasil continua importando deflação do ponto de vista dos produtos industriais. Existe uma enorme capacidade ociosa no setor industrial no mundo e, consequentemente, os preços dos produtos industrializados estão numa trajetória de queda”, diz Camargo.

O economista prevê uma alta de meio ponto percentual na taxa Selic na reunião do Copom nos dias 18 e 19 de janeiro. “Um ajuste de 1,5 ou 2 pontos percentuais (nos juros básicos) é suficiente para chegar ao centro da meta em 2012. Nesse ano, não tem jeito, teremos uma inflação de 5% (o centro da meta é de 4,5%).”

José Márcio Camargo acredita que o câmbio continuará valorizado. “O governo brasileiro está lutando contra essa tendência. Consequentemente, você deve esperar medidas sistemáticas contra a valorização do câmbio, mas a tendência é claramente de valorização.”

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista-chefe da Opus Gestão de Recursos avalia a possibilidade de o governo reduzir a meta de inflação nos próximos anos e lamenta que o Copom não tenha elevado os juros na reunião de dezembro.

Análise: BC cumpriu meta de inflação, sem louvor

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