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Inflação rapidamente de volta à meta é prioridade para Dilma

"Eu te asseguro que uma parte expressiva (da CPMF) resolve (o problema da saúde)", disse ela, ao salientar que é preciso que exista esta fonte de recursos


	Dilma Rousseff: para a presidente, a "banda de cima", com teto de 6,5%, tem de ser alcançada o mais rapidamente possível
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Dilma Rousseff: para a presidente, a "banda de cima", com teto de 6,5%, tem de ser alcançada o mais rapidamente possível (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 12h45.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, 7, em café da manhã com jornalistas, que fará "o possível" para garantir superávit primário de 0,5% neste ano e assegurar que a inflação comece a convergir para o centro da meta, de 4,5%.

Para a presidente, a "banda de cima", com teto de 6,5%, tem de ser alcançada o mais rapidamente possível.

Depois de avisar que "todo o governo está empenhado em garantir" que 2016 seja melhor do que 2015, a presidente avisou que "se aprovar a CPMF e a DRU (desvinculação das receitas da União), se estas propostas forem encaminhadas e se estabilizar a economia, a inflação irá convergir para a meta".

Depois de dizer que vai lutar "com unhas e dentes" para manter a expectativa positiva da economia, a presidente emendou: "precisamos criar um outro ambiente no Brasil, com outras expectativas".

Dilma repetiu ainda que parte dos recursos da CPMF irão para os Estados e municípios e que estes recursos ajudarão a resolver os problemas graves da Saúde, principalmente no Rio de Janeiro.

"Eu te asseguro que uma parte expressiva (da CPMF) resolve (o problema da saúde)", disse ela, ao salientar que é preciso que exista esta fonte de recursos.

No encontro com jornalistas, que durou cerca de duas horas, a presidente falou muito de economia e disse que "não está pensando" em usar as reservas cambiais do governo, que estão em torno de US$ 370 bilhões, para financiar programas de investimento, como defendem alguns segmentos do governo e o PT. "Sequer discutimos isso", declarou.

Sem subsídios

A presidente Dilma não quis dizer em que setores o governo irá atuar para restabelecer um ambiente de crescimento para a economia, mas declarou que o BNDES poderá "financiar empresas mais fragilizadas", como as pequenas, médias e micro.

Negou, no entanto, que se volte ao modelo de antes, quando vários segmentos da economia foram subsidiados.

Dilma fez questão de responder às críticas de que só pensa em se salvar politicamente, ao afirmar que "o governo não está parado".

A presidente lembrou que as desonerações do passado "foram muito bem intencionadas" mas reconheceu que "o momento agora é outro" e que não cabe continuar neste caminho.

Ao falar de inflação, a presidente reiterou que "temos todas as condições para redução de inflação", acrescentando que "de uma certa forma, o mercado também avalia nessa direção" porque "os fatores que levaram ao aumento de preços estão em declínio".

Para a presidente, "a questão do equilíbrio fiscal é essencial para a redução da inflação".

"Nosso objetivo é que ela volte o mais rapidamente possível para dentro da meta".

"Você tem um mecanismo principal, a questão do equilíbrio fiscal, e também o superávit de 0,5%. Garantindo o superávit e o equilíbrio fiscal, isso criará as condições para que a inflação se equilibre, volte para o centro da meta, volte para a meta", disse Dilma.

A presidente salientou que "o Banco Central está falando que nós olharemos isso (o retorno ao centro da meta inflacionária) no horizonte até 2017, mas ele está dizendo, a respeito dos 4,5%, eu estou dizendo que nós queremos nos aproximar da banda de cima da meta o mais rápido possível este ano".

Coelho na cartola

Dilma insistiu na necessidade de aprovar CPMF e DRU. "Nós achamos que se tiver certas condições prévias, aprovação da CPMF, DRU, se nós conseguirmos aprovar algumas medidas provisórias, encaminhar as reformas, você estabiliza a economia e consegue fazer as coisas".

E acrescentou: "nós não podemos descuidar, porque nós precisamos voltar a crescer".

A presidente repetiu a expressão do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, que não há como tirar um "coelho da cartola" para consertar os erros na economia e defendeu que é preciso investir em duas frentes para reverter a crise: equilíbrio fiscal e retomada de crescimento.

Para isso, além de controlar a inflação, Dilma destacou que era preciso aprovar no Congresso a volta da CPMF e a prorrogação da desvinculação de receitas da União (DRU).

A presidente também destacou como primordial colocar em prática a reforma da Previdência.

"Nós vamos enfrentar a reforma da Previdência. Não é possível que a idade média das pessoas que se aposentam no Brasil seja de 55 anos", disse.

Em sua fala, a presidente destacou que "o País não pode parar", salientando que "é muito difícil fazer o reequilíbrio fiscal sem frear a queda da atividade econômica".

Dilma fez questão de defender a carga tributária existente no País, dizendo que ela não cresceu.

"Há um mito de que a carga tributária no Brasil vem crescendo. A carga não vem crescendo", declarou, informando que ela é de 33,4% e, se considerar só os impostos federais, é de 22,5%. Citou ainda que, para elevar carga tributária de pessoa física, é preciso discutir as consequências.

Juros

Sobre juros, a presidente se recusou a falar, dizendo que "muita gente dá palpite" sobre isso.

"Não me manifesto sobre juros", declarou. Para a presidente, "não é adequado" tratar deste assunto.

"Ninguém no governo, além do Banco Central, está autorizado a falar sobre isso (juros). É um assunto muito delicado para ficarem dando palpite".

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