Brasil

Infectologistas alertam para nova onda da covid com flexibilização em SP

Entidade, que reúne mais de 900 profissionais, alertou que a "retomada segura" pode gerar "uma nova onda" da covid-19, especialmente pela circulação da variante Delta

 (Rovena Rosa/Agência Brasil)

(Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de agosto de 2021 às 21h26.

A Sociedade Paulista de Infectologia disse ver "com extrema preocupação" as novas medidas de flexibilização da quarentena em São Paulo. A entidade, que reúne mais de 900 profissionais associados, alertou que a chamada "retomada segura" proposta pela administração João Doria (PSDB) pode gerar "uma nova onda" da covid-19 no Estado, especialmente pela circulação da variante Delta.

"Compreendemos as necessidades econômicas e sociais de nossa população, manifestamos nossa contínua solidariedade àqueles que tiveram suas vidas e seus empregos destroçados pela pandemia. No entanto, entendemos que a abertura deveria ser mais gradual e lenta, face aos riscos representados pela variante delta do novo coronavírus", diz a nota.

  • Já imaginou ter acesso a todos os materiais grátis da EXAME para investimentos, educação e desenvolvimento pessoal? Agora você pode: confira nossa página de conteúdos gratuitos.

A partir desta terça, todos os estabelecimentos comerciais do Estado, incluindo bares, restaurantes, shoppings e academias, passam a funcionar sem limites de horário ou capacidade para o atendimento presencial. As novas regras também permitem feiras corporativas, convenções, congressos, exposições em museus e eventos sociais, como casamentos, jantares, festas de debutantes e formaturas, mas mantêm a obrigatoriedade no uso de máscaras e distanciamento social.

"Países com altas taxas vacinais, como Israel e os Estados Unidos, têm passado por aumento de casos e de mortes, embora essas últimas se mostrem menos frequentes em pessoas vacinadas. O que dizer do Brasil, onde a população adulta vacinada ainda é inferior ao desejável?", continua o texto publicado pela entidade, que questiona também os índices de cobertura vacinal no Estado.

Em São Paulo, menos de 30% da população total já está com a imunização completa (duas doses ou vacinas de aplicação única). "Na verdade, mesmo a vacinação completa oferece proteção um pouco menor contra essa variante, quando comparada às demais cepas do coronavírus", alerta a sociedade, reiterando a necessidade de medidas sanitárias como o uso de máscaras, evitar aglomerações, higiene das mãos com álcool em gel etc.

Nesta manhã, o governador João Doria disse que o uso de máscara no Estado será obrigatório até o fim deste ano, pelo menos. Ele também admitiu que, com a circulação da variante Delta, ainda são necessários "cuidados e zelos", mesmo com o clima de "normalidade". As flexibilizações, de acordo com o governo paulista, foram possíveis graças à menor taxa na ocupação de UTIs e à queda nos índices da pandemia no Estado.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que acontecem ao redor do mundo.

Acompanhe tudo sobre:ComércioCoronavírusEstado de São PauloPandemiasao-paulo

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar