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Infecções respiratórias em crianças cresceram 110% em uma semana

Apesar de não ter vacina contra a covid-19 para esta faixa etária no Brasil, as análises mostram que o aumento tem outra causa

Higienização: máscara e álcool em gel protegem contra outras doenças respiratórias, não só a covid-19. (ozgurdonmaz/Getty Images)

Higienização: máscara e álcool em gel protegem contra outras doenças respiratórias, não só a covid-19. (ozgurdonmaz/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 1 de abril de 2022 às 15h26.

Última atualização em 1 de abril de 2022 às 19h01.

O último boletim Infogripe, da Fiocruz, divulgado na quinta-feira, 31,  mostra um aumento de 110% no número de Síndrome Respiratória Aguda Grave, a chamada Srag, em crianças de zero a 4 anos no período entre 20 e 26 de março. Apesar de não ter vacina contra a covid-19 para esta faixa etária no Brasil, as análises mostram que o aumento tem outra causa: o vírus sincicial respiratório (VSR).

“A incidência em crianças mantém sinal de ascensão significativa em diversos estados, desde o mês de fevereiro. Dados laboratoriais apontam para a influência de casos associados ao VSR na faixa etária 0-4 anos; e interrupção de queda nos casos associados ao SARS-CoV-2 (COVID-19) e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios na faixa de 5-11 anos”, diz o boletim.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do Infogripe, explica que este aumento coincide justamente com a volta presencial das atividades escolares, e o relaxamento do uso de máscara em ambientes fechados em todo o país. Apesar destas medidas serem tomadas por conta de melhoras nos índices de covid-19, outras doenças respiratórias também eram prevenidas com o proteção facial e o distanciamento social.

(Fiocruz/Reprodução)

O VSR é um vírus respiratório altamente contagioso muito comum em crianças, em especial no período de inverno. O quadro pode afetar brônquios e pulmões, sendo responsável na maioria dos casos por bronquiolite e pneumonia. De acordo com pesquisas, quase toda criança de até três anos de idade já entrou em contato com o vírus em algum movimento da vida.

Falando especificamente da covid-19, de acordo com dados do Ministério da Saúde, a média móvel, que contabiliza o número de óbitos da última semana, é de 207. A média de casos é de 25.745. Os números são similares ao que foi registrado no começo de janeiro deste ano, antes do pico causado pela variante ômicron.

“Há um sinal forte de queda na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) e sinal de estabilização na tendência de curto prazo (últimas 3 semanas), reforçando o indicativo de interrupção da queda e início de estabilização. Embora o patamar atual seja o menor desde o início da epidemia de covid-19 no Brasil, ainda é superior a 2 casos por 100 mil habitantes”, explica o boletim da Fiocruz.

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