O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o presidente do Inep, Luiz Claudio da Costa (Marcello Casal / Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2013 às 09h12.
Última atualização em 11 de outubro de 2016 às 11h43.
São Paulo - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) promete entregar neste ano a todas as escolas de ensino médio do País um relatório detalhado sobre o desempenho dos alunos no Enem, como forma de aprimorar o diálogo com a formação dos alunos.
O relatório é uma das ferramentas para que gestores escolares e professores se apropriem do desempenho dos alunos e possam usar as informações no projeto pedagógico e na melhoria das aulas. Escolas públicas não têm estrutura para acessar os dados e resultados, além das médias - ao contrário das unidades particulares.
Segundo o presidente do Inep, Luis Cláudio Costa, o documento chegará a todas as escolas assim que o resultado do Enem 2012 por escola for publicado, o que deve ocorrer no mês que vem. "Teremos um boletim pedagógico, com mapa de itens", disse ele à reportagem na semana passada. O Inep já prometeu fornecer essa análise às escolas no ano passado, mas o documento não foi produzido.
Um dos responsáveis pelo Qedu, maior plataforma digital de informações educacionais no País, Alexandre Oliveira diz que não há um diálogo favorável do Enem com a sociedade, o que dificulta que o exame tenha impacto no modelo atual do ensino médio. "Todas as federais estarão debaixo desse guarda-chuva do Enem, que ainda não tem o escrutínio de especialistas ou da sociedade", diz.
Segundo ele, as escolas ainda continuam se organizando por disciplinas - e não adotaram a divisão por áreas do Enem. "Só com mais subsídios, e o rendimento por competência é um deles, é que as escolas se movimentarão na direção das áreas", diz.
Para o professor Ocimar Alavarse, da USP, há avanços na consolidação do Enem. "Sinaliza com uma matriz, que é boa, e pode organizar melhor o currículo das escolas." Mas faz uma ressalva: "A grade deve ser mais ampla. Disciplina de Artes, por exemplo, sempre foi meio secundária, e pode ficar mais secundária ainda, porque não é muito cobrada no Enem."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.