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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
São Paulo - Passado a ressaca após a Copa do Mundo e o fim dos incentivos fiscais, a indústria de bens de consumo voltou a acelerar o ritmo de produção para atender as encomendas crescentes do segundo semestre.
O volume de excessivo de estoques acumulados no segundo trimestre já estão em níveis normais para 85% das empresas, segundo Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A Latina Eletrodomésticos, fabricante de lavadoras semiautomáticas, purificadores de água e ventiladores, por exemplo, teve queda de 3,7¨% no faturamento do segundo trimestre em relação ao primeiro. A situação levou a empresa a demitir 18 funcionários, o equivalente a 10% do quadro de pessoal, no segundo trimestre.
"Mas em julho voltamos a investir e contratamos 45 pessoas, porque sentimos que o efeito da queda nas vendas durante a Copa e a volta da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) já tinha sido absorvida pelo mercado", diz o presidente da empresa, Valdemir Dantas.
A empresa projeta crescimento de 7% para o segundo semestre, em comparação com igual período de 2009. Os pedidos do varejo para o Natal já estão sendo feitos, num ritmo que deverá superar em 40% o de 2009.
No setor de produtos de higiene pessoal e beleza, cujo desempenho está diretamente ligado ao nível de emprego e renda, o quadro é semelhante. "Durante a Copa, só se vendeu cerveja neste País", brinca o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, João Carlos Basílio da Silva. "Sentimos uma reação do mercado a partir de agosto."
Basílio da Silva observa que as perspectivas para os próximos meses são as melhores possíveis. Ele argumenta que 60% das categorias profissionais negociam reajustes salariais neste período, com ganhos acima da inflação. Isso dá sustentação para o crescimento nas vendas de artigos de higiene e beleza. "Apesar da surpresa no segundo trimestre, vamos crescer 10% acima da inflação do setor no ano."
Apesar do cenário favorável para crescimento das vendas, vários setores da indústria reclamam do achatamento das margens de lucro provocada pelo aumento das importações. "Quem está ganhando com o crescimento do mercado brasileiro não são as empresas nacionais, e sim as estrangeiras", afirma José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Vitopel, que produz embalagens plásticas flexíveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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