André Mendonça: ministro foi o último indicado por Bolsonaro ao cargo (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de abril de 2022 às 11h50.
Última atualização em 21 de abril de 2022 às 12h08.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para o posto, foi ao Twitter nesta quinta-feira, 21, para explicar seu voto a favor da condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ).
"Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto", escreveu em seu perfil pessoal. Mendonça argumento que, como cristão, "não creio que tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas". E como jurista, "a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja".
"Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio", escreveu o ministro.
[b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto.
— André Mendonça (@MinAMendonca) April 21, 2022
O STF condenou na quarta-feira, 20, por 10 votos a 1, o deputado Daniel Silveira a 8 anos e 9 meses de prisão, além de multa no valor de R$ 192,5 mil, por incitar agressões a ministros da Corte e atacar a democracia, defendendo em vídeos, o fechamento da instituição.
A maioria do STF entendeu que a conduta do deputado foi criminosa e não estava protegida pela imunidade parlamentar.
O voto de Mendonça contrastou com o do ministro Nunes Marques, também indicado por Bolsonaro para o Supremo e que defendeu a não condenação de Silveira.
A decisão do ex-advogado-geral da União foi criticada por parlamentares governistas e aliados de Bolsonaro, levando o nome do ministro para os assuntos mais comentados no Twitter na quarta-feira.