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Incor testará respirador mais barato criado pela USP em pacientes

O aparelho custará entre R$ 5 mil e R$ 10 mil; aparelhos comerciais chegam a custar R$ 250 mil

USP: equipamentos têm um custo de produção estimado "entre R$ 5 mil e R$ 10 mil", segundo o professor Raul Gonzalez Lima, da Poli (Poli USP/Reprodução)

USP: equipamentos têm um custo de produção estimado "entre R$ 5 mil e R$ 10 mil", segundo o professor Raul Gonzalez Lima, da Poli (Poli USP/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de julho de 2020 às 16h13.

Última atualização em 15 de julho de 2020 às 16h33.

O Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas vai testar, a partir desta quinta-feira, 16, dez respiradores mecânicos para leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) desenvolvidos pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Os equipamentos foram construídos com base em um programa que contou com doações de 7 milhões de reais, da iniciativa privada, para criar uma alternativa à importação desses equipamentos, escassos diante da pandemia do coronavírus.

Com componentes importados, os equipamentos têm um custo de produção estimado "entre 5.000 e 10.000 reais", segundo o professor Raul Gonzalez Lima, da Poli. O trabalho de criação do modelo durou cerca de quatro meses e teve participação de 200 pessoas. "É um conteúdo resultante de 20 anos de pesquisas na área pulmonar e de uma cooperação entre várias unidades da Universidade de São Paulo", disse.

O produto vinha sendo desenvolvido de modo que, finalizado, pudesse ser produzido por instituições públicas e privadas de forma gratuita, em um sistema aberto. Gonzalez informou que a ideia se mantém, mas que uma série de aspectos legais ainda estão sendo analisados pela USP antes de esse ponto ser definido. Os equipamentos foram montados em um centro da Marinha em São Paulo.

O governo do estado fez, no começo da crise, uma compra de 3.000 respiradores pelo custo de 100 milhões de dólares, de fabricantes chineses O material não chegou, a negociação foi cancelada e, agora, é alvo de investigações pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Outros respiradores passaram a ser importados de outros fornecedores.

O uso dos equipamentos teve de ser aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do governo federal, que liberou o teste em 40 pacientes. "Isso começa amanhã. Isso deve ser cumprido em um mês. Nós estamos nos preparando para uma produção de dez a 20 ventiladores por dia", afirmou Gonzalez.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) prometeu enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei isentando o produto de impostos caso o teste mostre que o respirador da USP de fato é viável.

Os testes com o respirador foram anunciados durante a entrevista coletiva do governo paulista desta quarta-feira para tratar da pandemia do coronavírus. Esta foi a 92ª coletiva.

O total de casos de covid-19 no estado de São Paulo foi para 393.176 nesta quarta-feira, segundo os dados da Secretaria Estadual da Saúde. Foram mais 6.569 casos nas últimas 24 horas. Já o total de mortes foi para 18.640, com o registro de mais 316 óbitos de ontem para hoje. Nesta quarta, há 5.921 pessoas internadas em leitos de UTI no estado, segundo os números divulgados na entrevista.

Na terça, o estado havia registrado 417 mortes, o segundo pior índice desde o começo da crise, em março. Doria iniciou a entrevista com uma série de alertas sobre o fato de o risco ainda não ter passado, mesmo com o programa de relaxamento da quarentena promovido por seu governo. "Não relaxem, ainda estamos em pandemia", disse.

"Os lugares que descuidaram, que aceitaram a realização de aglomerações com pessoas sem máscaras, máscaras no pescoço, e que não respeitaram distanciamento social sofreram o impacto do coronavírus. Toda atenção ainda é exigida", disse Doria, ao destacar que, sem vacina, não será possível pensar em eventos como o Carnaval e o Réveillon.

Detran enviará documentos sem custo

Em outra medida anunciada nesta quarta, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e o Poupatempo vão enviar pelo correio, a partir do dia 20, 195.000 documentos emitidos para cidadãos antes do começo da quarentena e que estavam parados nos órgãos. "A entrega será realizada nos endereços de cadastros e não haverá cobrança aos cidadãos pelo recebimento do documento em casa", informou o governo, por nota. A estimativa é que 15% deles não possam ser entregue por inconsistências cadastrais.

O cidadão que já havia solicitado RG ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e não pôde retirar o documento por causa da pandemia deve esperar o recebimento pelo correio pelas próximas três semanas. "Caso o cidadão não receba a correspondência em até três semanas, deve entrar em contato por meio dos canais de atendimento ao cidadão: o Fale Conosco, no portal do Poupatempo ou o Fale com o Detran.SP, no site do órgão", disse o governo do estado.

No caso de Certificados de Registro de Veículos (CRV), motoristas e despachantes poderão retirar os documentos nos postos do Detran e do Poupatempo em um sistema de drive-thru, com agendamento pelo site dos dois órgãos.

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