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Incêndios na Amazônia se agravam em setembro e ameaçam florestas intocadas

O Brasil registrou 8.373 incêndios na Amazônia nos primeiros sete dias de setembro, mais que o dobro no mesmo período em 2019

27% dos maiores incêndios até agora em setembro foram em florestas intocadas (Ueslei Marcelino/Reuters)

27% dos maiores incêndios até agora em setembro foram em florestas intocadas (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2020 às 10h51.

Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 11h31.

Os incêndios na Amazônia brasileira pioraram na primeira semana de setembro e estão se espalhando cada vez mais para áreas de floresta intocada, mostraram dados de satélite nesta quarta-feira, depois que o número de incêndios provavelmente atingiu a máxima de 10 anos em agosto.

O Brasil registrou 8.373 incêndios em sua parte da floresta amazônica nos primeiros sete dias de setembro, mais que o dobro do número de incêndios no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Uma preocupação urgente é que 27% dos maiores incêndios até agora em setembro foram em florestas intocadas, ao invés de áreas recentemente desmatadas ou terras agrícolas onde as chamas são mais contidas, de acordo com uma análise de imagens de satélite realizada pela Amazon Conservation, organização sem fins lucrativos com base nos Estados Unidos, à qual a Reuters teve acesso exclusivo.

O número é 13% maior que em agosto.

"É muito mais desse cenário de incêndio descontrolado que está sendo desencadeado", disse Matt Finer, que lidera o projeto de rastreamento de incêndio da organização.

"Não temos ideia para onde vão esses incêndios, quando vão parar. E, à medida que a estação seca se intensifica, só vão piorar."

Considerando todos os tipos de incêndios, setembro já teve uma média de 53 grandes queimadas por dia na primeira semana, contra 18 por dia em agosto, de acordo com a Amazon Conservation.

A instituição define grandes incêndios como aqueles que emitem fumaça suficiente para indicar que uma grande quantidade de biomassa está queimando, enquanto os dados do Inpe são baseados em pontos de calor, que também detectam incêndios menores.

O número do Inpe, que mostra que os incêndios dobraram, pode estar subestimado porque um problema com um satélite da Nasa fez com que dados parciais fossem informados até 2 de setembro, embora a questão tenha sido resolvida nos dias subsequentes, de acordo com a Nasa e o Inpe.

Os dados revisados ​​do Inpe devem mostrar que os incêndios atingiram a máxima de 10 anos em agosto, um índice ainda pior do que no mesmo mês do ano passado, quando os incêndios na Amazônia provocaram protestos globais.

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