Amazônia: pessoas que vivem próximas às regiões afetadas por incêndios podem apresentar mais problemas de saúde (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2019 às 11h57.
Genebra — Os incêndios na Amazônia representam um risco para a saúde, incluindo doenças respiratórias, especialmente no caso das crianças, afirmou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Temos alguns relatos de aumento de certas doenças respiratórias em crianças, mas nada que possamos relatar de um monitoramento sistemático", disse a doutora Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente, à Reuters, referindo-se a relatos de alguns centros de saúde locais.
Pessoas que vivem próximas às regiões afetadas têm sido retiradas e nenhuma morte foi informada, afirmou ela em uma entrevista na sede da OMS. Aqueles com condições pré-existentes, como asma, que podem ser agravadas pela poluição do ar, enfrentam maior risco devido à fumaça, acrescentou.
"Não será diferente de como outros poluentes no ar afetamo nossa saúde — doenças cardiovasculares, problemas respiratórios agudos", afirmou.
A exposição humana vai variar conforme à proximidade e à intensidade, mas as partículas poluentes vão permanecer "por um longo tempo" em áreas com fogo intenso, disse.
A doutora sugeriu, entretanto, que é pouco provável que as queimadas causem problemas de longo prazo, como taxas mais altas de câncer, que surgem da "exposição intensa e de longo prazo".
"É algo mais de curto prazo do que uma exposição a longo prazo", disse.