Rio: as dívidas quitadas e as consultas diminuíram 1,4% e 8,4%, respectivamente, também em relação a outubro do ano passado (Marcelo Correa/Site Exame)
Agência Brasil
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 16h13.
Pesquisa do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL Rio) divulgada hoje (9) registrou crescimento de 0,4% na inadimplência do comércio lojista da capital fluminense, em outubro passado, em relação a igual mês de 2016. Esse foi o menor índice do ano. Já as dívidas quitadas e as consultas diminuíram 1,4% e 8,4%, respectivamente, também em relação a outubro do ano passado.
No acumulado até outubro, comparativamente ao mesmo período de 2016, a inadimplência aumentou 1,3%, enquanto as dívidas quitadas cresceram 0,1%. Já as consultas ao SCPC caíram 8,3%.
O presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves, disse que a situação do Rio de Janeiro é complicada, porque o funcionalismo público não está recebendo em dia os salários.
"Vai receber o décimo terceiro salário do ano passado e não sabe quando vai receber o décimo terceiro de 2017. Tem o problema da violência em que, infelizmente, houve aumento, um recrudescimento. Tem o problema da desordem urbana. Mas mesmo assim, a inadimplência caiu".
Para Aldo Gonçalves, a queda da inadimplência retrata o freio dado pelas pessoas no consumo. Ele aposta, contudo, que deverá ocorrer um movimento de retorno às compras com a proximidade do Natal. "O período do Natal é muito importante para alguns segmentos do comércio, cujas vendas representam 30% do faturamento e até mais".
A expectativa dos lojistas é de um crescimento modesto das vendas no Natal em torno de 2% em média. "Pode ser um pouco mais, um pouco menos". O presidente do CDL Rio observou que no Rio, em função da situação de crise do estado, o otimismo do setor é moderado, "diferentemente do resto do Brasil, onde há um otimismo maior".
A crise financeira do estado do Rio de Janeiro tem provocado o fechamento de muitos estabelecimentos comerciais. Nos seis primeiros meses do ano, 4.154 lojas encerraram atividades na cidade, 76,2% a mais do que em igual período de 2016.
Em junho, foram 900 estabelecimentos fechados na capital e 2.061 no estado, um aumento de 149% e de 100%, respectivamente, em comparação ao mesmo mês do ano passado.
No semestre janeiro a junho, foram mais de 9.730 lojas fechadas no estado, 55% a mais do que no mesmo período de 2016. "É um número muito grande", lamentou Gonçalves. "Isso é consequência do momento difícil que nós estamos vivendo".
Em todo o ano passado, mais de 11.950 empresas fecharam as portas no estado do Rio de Janeiro, sendo 4.700 na capital fluminense, um aumento de 25,2% e 23,1%, respectivamente, em relação a 2015, de acordo com dados de pesquisa do Centro de Estudos do CDL Rio.
Aldo Gonçalves disse que há uma tendência de melhora que pode apontar na direção da reversão desse quadro. Destacou, porém, que o grande fator que afeta o comércio varejista é o desemprego. "Segundo economistas, o desemprego é o último indicador a melhorar. Custa um pouco porque depende de novos investimentos e de confiança na economia".