Brasil

Inadimplência do consumidor sobe mais em 2010 do que no ano da crise

Apesar da queda de 3%, valor médio das dívidas com bancos ainda é o maior

Valor médio dos cheques sem fundos foi o que mais subiu em relação a 2009: 22,9% (ARQUIVO/Arquivo Abril)

Valor médio dos cheques sem fundos foi o que mais subiu em relação a 2009: 22,9% (ARQUIVO/Arquivo Abril)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 11h13.

São Paulo - A inadimplência do consumidor cresceu 6,3% em 2010 na comparação com o ano anterior. O aumento foi superior ao registrado em 2009 (5,9%), ano que sofreu fortemente o impacto da crise internacional.

"Os crescimentos nas variações da inadimplência do consumidor, em 2010, foram resultados do maior endividamento, evoluindo acima da expansão da renda pessoal; dos prazos mais longos de financiamento, o que facilitou o acumulo de dívidas; e dos estímulos ao consumo no começo do ano, como parte do combate aos efeitos da crise global. Além disso, o aumento da inflação contribuiu para reduzir o poder aquisitivo, afetando a parte da renda destinada ao pagamento de dívidas", diz relatório da Serasa Experian divulgado nesta terça-feira (11).

O indicador calculado pela empresa é mais amplo que o divulgado pelo Banco Central, pois abrange, além do sistema bancário, outras modalidades. "Por isso, o índice consegue capturar movimentos cíclicos de inadimplência, os quais, muitas vezes, antecedem ocorrências que, posteriormente, acabam se manifestando dentro do sistema bancário", diz o relatório.

Nesse contexto, os economistas da Serasa Experian preveem uma pequena elevação da taxa de inadimplência das pessoas físicas dentro do sistema bancário em 2011. "A perspectiva para este início de 2011 é de que a política monetária restritiva, o pagamento de impostos (IPTU e IPVA) e as despesas escolares possam gerar pressões de aumento da inadimplência."

Em 2010, as dívidas com os bancos tiveram o maior valor médio (R$ 1.311,97), mas, curiosamente, foram o único segmento que teve queda em relação ao ano anterior. O valor médio das dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como água e energia elétrica) cresceu 4%, o dos títulos protestados subiu 6,8%, e o dos cheques sem fundos disparou 22,9%. 

Fonte: Serasa Experian
Modalidades de Inadimplência Valor médio das dívidas em 2009 Valor médio das dívidas em 2010 Variação
Dívidas com os Bancos R$ 1.353,22 R$ 1.311,97 -3%
Cheques sem Fundos R$ 1.020,76 R$ 1.254,44 22,9%
Títulos Protestados R$1.107,78 R$1.183,09 6,8%
Dívidas não Bancárias R$ 375,29 R$ 390,24 4%

Rádio EXAME: Mercado de trabalho aquecido garante inadimplência sob controle em 2011

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