Brasil

Importações de carros chegam ao nível recorde de 1995

Dados da Abeiva mostram, entretanto, que apesar de voltar ao recorde histórico, crescimento não acompanhou o ritmo do mercado

Em 2010, as associadas à Abeiva venderam 105 mil carros, com 3,5% de participação no mercado nacional (Getty Images)

Em 2010, as associadas à Abeiva venderam 105 mil carros, com 3,5% de participação no mercado nacional (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2011 às 16h00.

São Paulo - O nível de importações de carros das montadoras filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) voltou, pelo menos numericamente, a um patamar que não era atingido desde 1995.

Naquele ano, as associadas à Abeiva importaram 119,5 mil veículos, 41,6 mil carros a mais que em 1994. Em 2010, foram 118,8 mil carros. O recorde de 1995 foi atingido depois que o então ministro da Fazenda, Ciro Gomes, reduziu a tarifa de importações de diversos produtos, dentre eles, os automóveis. Com o dólar cotado abaixo de um real, o resultado foi uma enxurrada de carros importados no mercado nacional.

Entretanto, quando se leva em conta o crescimento total do mercado automobilístico nos últimos 15 anos, o resultado é bem diferente. Em 1995, o mercado brasileiro vendeu 1,7 milhão de carros, e a participação das associadas à Abeiva foi de 6,92%. Em 2010, foram vendidos 3,5 milhões de carros, com 3,59% de participação da Abeiva.

"O mercado cresceu 91,5%, mas perdemos em participação e vendemos praticamente o mesmo daquele ano", diz o presidente da entidade, José Luiz Gandini.

Medidas do governo

O presidente da Abeiva afirma ainda que as montadoras de importados não estão preocupadas com as medidas do Banco Central para conter a desvalorização do dólar. "Não é só dólar barato que faz aumentar as vendas. Se o dólar for a 1,60 real, a venda de carros importados não vai aumentar."

O maior problema, segundo Gandini, são as medidas para dificultar o acesso ao crédito. "Se há restrições de crédito, não há financiamento, o que afeta diretamente as importadoras que vendem carros de menor preço, mais próximo dos populares nacionais."

Apesar de ainda não haver sinais de quando o governo abrandará suas políticas de contenção do câmbio e do crédito, a perspectiva da Abeiva é otimista. A entidade espera crescer 57% em 2011, chegando a 165 mil unidades vendidas. O setor mais promissor deve ser o de carros de luxo, que comprovadamente não depende de mudanças de câmbio ou de complicações nos financiamentos.

Veja também: Venda de carros importados cresce 144% em 2010

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCâmbioCarrosCarros importadosComércio exteriorImportaçõesVeículos

Mais de Brasil

Flávio Dino suspende repasses de emendas para universidades de oito estados

Senado adia votação de texto que tentava 'driblar' proposta do governo de endurecer penas de roubo

Celular Seguro vai mandar mensagens de alerta a celulares roubados mesmo após terem chips trocados

Em resposta às tarifas de Trump, Senado aprova Lei da Reciprocidade Econômica