Dilma Rousseff: a presidente reiterou a necessidade de discutir uma reforma da Previdência com a sociedade para que possa ser realizada (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2016 às 14h11.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira que o pedido de abertura de processo de impeachment, em análise no Congresso, traz instabilidade política e terá efeitos de longo prazo na estabilidade democrática do país.
Questionada esta manhã em encontro com jornalistas de agências de notícias se o mais difícil este ano seria a reforma da Previdência, que o governo pretende enfrentar, ou o processo de impeachment, a presidente defendeu a reforma, mas destacou a importância da questão do impedimento.
Referindo-se ao tema como "ações golpistas de alguns segmentos da oposição", Dilma disse que ele tem que ser tratado "porque é uma questão que significa instabilidade política”.
“Vai ser importante porque não se pode no Brasil achar que você tira um presidente porque não está simpatizando com ele. Isso não é nem um pouco democrático", disse.
"A questão do impechment tem uma repercusão política de longo prazo que é a estabilidade democrática. O que nós fizemos hoje em termos das boas práticas democráticas perdurarão no futuro.”
Dilma também mostrou irritação ao ser questionada sobre as denúncias que têm surgido nas últimas duas semanas e aproximaram do Palácio do Planalto as investigações da operação Lava Jato, com citações aos ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, além de haver citações a ela e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A presidente afirmou que as denúncias são “repetições e não tem nenhuma novidade” e que responderá a tudo.
“Nos últimos dias têm havido denúncias, são de vazamentos, não sei nem se as delações são feitas ou não são feitas, de quem é, vazamento de quem. Me permitam dizer o seguinte: nós responderemos, eu especialmente, qualquer coisa em qualquer cirscunstância”, afirmou.
Ela desafiou os jornalistas a pedirem todas as informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, peça central da delação premiada do ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.
No resumo de sua delação, uma espécie de prévia do que iria falar, Cerveró citou Dilma no negócio, mas na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a presidente não é citada.
“Querem a informação, eu dou. Não só o calhamaço, mas todas as atas do conselho da Petrobras", disse.
Texto atualizado às 15h10.