Brasil

Impasse entre PT e PMDB enterra minirreforma eleitoral

O presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), se mostra pessimista quanto à aprovação da minirreforma


	Coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política, Cândido Vaccarezza: "Não dá para votar mais. A minirreforma morreu"
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política, Cândido Vaccarezza: "Não dá para votar mais. A minirreforma morreu" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 15h40.

Brasília - Um embate entre PT e PMDB na Câmara dos Deputados deve enterrar a minirreforma eleitoral aprovada pelo Senado na semana passada. O texto permite a doação de empresas ligadas a concessionárias de serviços públicos a candidatos e também impõe limite à militância paga.

Os petistas querem uma reforma política mais ampla, inclusive com a realização de um plebiscito sobre o tema, ideia defendida pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações de junho. Já os peemedebistas defendem a ideia central do texto aprovado no Senado sob o argumento de que ele poderá equilibrar o poder econômico nas eleições de 2014.

"Querem manter a campanha cara. Eles têm a máquina e não precisam gastar tanto", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

O presidente da Casa, Henrique Alves (PMDB-RN), se mostra pessimista quanto à aprovação da minirreforma. Ontem (26) ele disse que a única chance da proposta passar é se ela for à votação na próxima terça-feira e seguir na quarta-feira para o crivo final do Senado - o projeto tem de voltar aos senadores caso haja qualquer alteração no texto.

"É pouco tempo para sanção mesmo. Acho muito difícil conciliar não tendo votado ontem", disse Alves, referindo-se ao fato de que qualquer mudança eleitoral, para valer já na próxima eleição, precisa ser sancionada um ano antes - ou seja, até 5 de outubro. Ainda que tenha pouco tempo hábil para submeter a proposta à sanção presidencial e fazer valer as novas regras para as eleições de 2014, o presidente da Câmara disse que fará a última tentativa na terça.

Na noite de anteontem (25), o PT liderou em plenário uma estratégia para impedir a apreciação da minirreforma, chamada pelo líder do partido na Casa, José Guimarães (CE), de "remendo". "Se formos discutir a reforma e não tocarmos nas questões centrais, é melhor não fazer reforma", afirmou ele.

"Não dá para votar mais. A minirreforma morreu", disse o coordenador do Grupo de Trabalho da Reforma Política, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que apesar de petista, está do lado do PMDB no apoio à aprovação da minirreforma eleitoral.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos TrabalhadoresReforma política

Mais de Brasil

Eduardo Bolsonaro celebra decisão do governo Trump de proibir entrada de Moraes nos EUA

Operação da PF contra Bolsonaro traz preocupação sobre negociação entre Brasil e EUA, diz pesquisa

Tornozeleira eletrônica foi imposta por Moares por “atos de terceiros”, diz defesa de Bolsonaro

Após operação da PF contra Bolsonaro, Lula diz que será candidato a reeleição em 2026