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Impasse entre o governo e oposição adia definição das comissões no Senado

Apoiadores de Bolsonaro tentam acordo para comandar pelo menos um colegiado

A tradição no Senado é que seja respeitada a regra da proporcionalidade, ou seja, o maior partido tem direito à Presidência da Casa e a ordem de escolha das comissões segue o tamanho das bancadas (Pedro França/Agência Senado)

A tradição no Senado é que seja respeitada a regra da proporcionalidade, ou seja, o maior partido tem direito à Presidência da Casa e a ordem de escolha das comissões segue o tamanho das bancadas (Pedro França/Agência Senado)

Agência o Globo
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Publicado em 2 de março de 2023 às 06h22.

Um impasse entre o governo e a oposição adiou para a próxima quarta-feira a eleição dos presidentes das 14 comissões temáticas do Senado. Prejudicados pela recondução de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para o comando da Casa, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tentam garantir, por acordo, o controle de pelo menos um colegiado.

Pacheco derrotou o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RM) na disputa pela presidência do Senado no início deste mês. Nesse cenário, aliados do senador mineiro defendem que o bloco composto por PL, PP e Republicanos não seja contemplado na distribuição do comando das comissões.

A tradição no Senado é que seja respeitada a regra da proporcionalidade, ou seja, o maior partido tem direito à Presidência da Casa e a ordem de escolha das comissões segue o tamanho das bancadas. Como o PL lançou a candidatura de Marinho, agora não há acordo sobre esses cargos. O PL possui 12 senadores, enquanto o PSD de Pacheco tem 16.

Bolsonaristas recuam

Inicialmente, os bolsonaristas diziam que disputariam os principais colegiados no voto, mas internamente alguns já admitem desistir dessa estratégia, visto que uma derrota imporia um novo desgaste ao grupo. Eles dizem agora que o melhor cenário é tentar ficar com as comissões menos concorridas. O PL mira, por exemplo, o comando da Comissão de Infraestrutura, que seria entregue ao senador Wilder Morais (PL-GO).

Marinho, que é líder da oposição, pondera que a tentativa de excluir o grupo bolsonarista poderá acarretar em dificuldade de votar projetos importantes do governo.

— Eu não tenho dúvida que o bom senso vai imperar. Essa é uma casa de parres. Dentro do Parlamento, a dificuldade de convivência é dificuldade de votar matérias que são importantes para o próprio governo – disse ele.

As comissões mais disputadas já estão negociadas. A de Constituição e Justiça (CCJ), por onde passam praticamente todas as propostas em tramitação na Casa, deve ficar com o senador Davi Alcolumbre (União-AP), enquanto que a de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores (CRE) deverão ser comandadas por PSD e MDB, respectivamente .

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), não descarta uma reviravolta na reta final.

— Daqui até quarta-feira, obviamente, na política muita coisa pode acontecer. Em princípio, há um sentimento do bloco de Pacheco de ficar com as presidências (das comissões), mas foi feito esse apelo de alguns integrantes da oposição para se rediscutir — diz, sem sinalizar qual devera ser o desfecho do impasse.

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