Aécio e Temer: as denúncias atingem duramente os dois políticos (Ueslei Marcelino/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 18 de maio de 2017 às 14h42.
Última atualização em 18 de maio de 2017 às 17h06.
São Paulo — A coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, divulgou nesta quinta-feira (18) imagens feitas pela Polícia Federal que mostram enviados do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebendo dinheiro do diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud.
As imagens reveladas pelo veículo mostram o encontro do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer, com Saud, no café Il Barista, no shopping Vila Olímpia, zona Oeste de São Paulo. Dali, ambos seguem ao restaurante Pecorino, no mesmo shopping center. De acordo com o jornal, esse deslocamento é uma "estratégia de despiste" do deputado peemedebista.
A imagem abaixo mostra o deputado Rodrigo Rocha Loures em contato com Ricardo Saud, da JBS. A imagem 5 mostra Loures entrando em uma pizzaria em São Paulo sem nada nas mãos. Na imagem 6, Loures sai da pizzaria segurando uma mala, que continha 500 mil reais.
As imagens abaixo mostram Fred, primo de Aécio Neves, na sede da JBS, em São Paulo. Ele é atendido por Saud, da JBS, que tinha uma mala com 500 mil reais. Fred recebe, conta e guarda um dos maços de cédulas. No final, ambos deixam a sede da JBS juntos.
As imagens abaixo mostram Fred, mais uma vez, um encontro entre Fred e Saub. Novamente, Saub entrega uma mala com 500 mil reais ao familiar de Aécio Neves. O executivo transfere o dinheiro de uma mala para uma mochila. Nas últimas imagens, um assessor do senador Zeze Perrella, recebe o dinheiro das mãos de Fred. De lá, o assessor seguiu para Belo Horizonte.
Na noite de quarta-feira (17), a mesma coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, divulgou que o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, gravou uma conversa em que o presidente Michel Temer aparece autorizando um repasse de dinheiro para calar o ex-deputado Eduardo Cunha, preso no âmbito da operação Lava Jato.
A delação de Joesley também atinge o senador Aécio Neves, que é acusado de ter pedido R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na operação Lava Jato.
A revelação do envolvimento de Temer com corrupção enfraqueceu o presidente e levou a oposição a protocolar diversos pedidos de impeachment. No mercado financeiro, a possibilidade da queda de Temer provocou um terremoto. A bolsa desabou e a cotação do dólar chegou a passar de 4 reais.