IFI: patamar da dívida vai ultrapassar o patamar de 90% em 2027 (91,0%) (Dado Galdieri/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 13h52.
A Instituição Fiscal Independente (IFI) estima que o governo federal vai ter que registrar superávits primários de 2,4% ao ano para estabilizar o crescimento da dívida pública. A informação consta no Relatório de Acompanhamento Fiscal divulgado nesta quinta-feira.
Segundo as projeções da instituição, a DGBB (Dívida bruta do Governo Geral) deve fechar este ano em 78,4% do Produto Interno Bruto (PIB), chegar a 81,4% em 2025, e a 86,4% ao final do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026.
Caso o cenário fiscal não seja controlado, a IFI estima que o patamar da dívida vai ultrapassar o patamar de 90% em 2027 (91,0%), chegaria a 100% ao longo de 2030 (102,3%) e alcançaria 116,3% do PIB em 2034.
A instituição projeta que as despesas primárias devem consumir 19,0% do PIB, em 2025, e entre 19,0% e 19,5% do PIB no período de 2026 a 2034. A estimativa não leva em consideração o impacto do pacote fiscal proposto pelo governo.
“As próprias projeções iniciais do impacto das medidas originalmente propostas e sua posterior desidratação no Congresso demonstram claramente que elas são insuficientes para a produção necessária de um superávit primário de 2,4% do PIB, no médio prazo”, escreve a IFI em nota.
O diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana, fez um balanço do ano, em que aponta para uma piora da política fiscal do governo ao final de 2024.
"Encerramos 2024, com indicações claras de deterioração das expectativas dos investidores em relação à solidez fiscal, à sustentabilidade da dívida e à consistência da política macroeconômica", analisa Pestana.
No relatório, a IFI destaca que a economia teve um cenário contradições neste ano, com a alternância de notícias positivas e negativas, em relação aos cenários iniciais projetados.
"Também avanços institucionais que abrem boas perspectivas a médio e longo prazos: a Reforma Tributária com regulamentação dos impostos sobre o consumo e o Acordo entre Mercosul e União Europeia", destaca o diretor-executivo da IFI.