Brasil

Suspeito de ataque à produtora Porta dos Fundos possui 15 ações criminais

Entre registros, estão acusações de lesão corporação, ameaça, coação, agressão configurada na Lei Maria da Penha, desacato e exercício ilegal da profissão

Porta dos Fundos: O ataque ocorreu após o Porta dos Fundos retratar Jesus Cristo como gay no filme ‘Especial de Natal Porta dos Fundos: a primeira tentação de Cristo’ (Porta dos Fundos/Divulgação)

Porta dos Fundos: O ataque ocorreu após o Porta dos Fundos retratar Jesus Cristo como gay no filme ‘Especial de Natal Porta dos Fundos: a primeira tentação de Cristo’ (Porta dos Fundos/Divulgação)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 31 de dezembro de 2019 às 13h16.

Rio de Janeiro — Identificado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como um dos suspeitos de atacar a produtora Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi Richard Cerquise é presidente da Associação dos Guardadores de Carro São Miguel.

Segundo a Polícia Civil, Fauzi possui mais de 15 anotações criminais. Dessas, 12 como autor. Entre os registros, estão acusações de lesão corporação, ameaça, coação no curso do processo, agressão configurada na Lei Maria da Penha, desacato e exercício ilegal da profissão.

Ele ficou conhecido em 2013 quando agrediu o então secretário de Ordem Pública Alex Costa.

Fauzi foi preso em flagrante na ocasião por ter dado um soco em Costa durante uma entrevista em novembro de 2013. No momento da agressão, a prefeitura fazia uma operação para fechar estacionamentos irregulares na região da Zona Portuária.

Ainda no dia da agressão, Fauzi disse que faria tudo novamente e reclamou do modo de operação da prefeitura. Depois, recuou. Ele chegou a ser preso, mas respondeu o processo em liberdade e foi condenado por lesão corporal em fevereiro deste ano.

Operação

A Polícia Civil cumpriu na manhã desta terça-feira mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão contra Falzi. Ele está sendo procurado e é considerado foragido.

De acordo com a polícia, a identificação de Fauzi foi possível por meio de um cruzamento de informações de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça no último dia 26, e também pela pesquisa de imagens em cerca de 50 câmeras.

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em quatro endereços ligados a Fauzi na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, no Engenho Novo, na Zona Norte, e no Centro da Cidade.

Foram apreendidos no começo da manhã R$ 119 mil em dinheiro na casa dele em um condomínio na Barra da Tijuca. Além disso também foram encontrados e apreendidos uma arma falsa, munição, camisa de entidade filosófico-política e quatro computadores.

Segundo a Polícia Civil, após atacarem a produtora de filmes, Fauzi e o bando fugiram em direção a Botafogo. Na rua Martins Ferreira, Eduardo desembarcou do carro que estava, retirou as fitas que escondiam as placas dos veículos e os automóveis seguiram.

Em dezenas de imagens, os investigadores da 10ª DP identificaram que o homem seguiu a pé até a rua Miranda Valverde e entrou na rua Real Grandeza. Lá, ele notou a presença de uma patrulha do Botafogo Presente, se assustou e foi até a Rua São Clemente. Ali, embarcou em um táxi.

Com a ajuda de um sistema de identificação, a Polícia Civil pesquisou mais de 300 placas de veículos até localizarem o taxista que pegou o homem e levou até o local onde ele desembarcou no Centro da Cidade.

O ataque ocorreu após o Porta dos Fundos retratar Jesus Cristo como gay no filme ‘Especial de Natal Porta dos Fundos: a primeira tentação de Cristo’, que estreou no dia 3 de dezembro no Netflix.

No ataque, dois homens estavam no carro e outros dois na moto. Enquanto três deles atiravam os coquetéis, um quarto registrava a ação de um celular.

Até o ataque com coquetéis molotov na madrugada de sábado, a produtora Porta dos Fundos tinha sido alvo de sete ações judiciais devido ao filme.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasRio de Janeiro

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe