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IBGE detecta elevação no nível do mar brasileiro após Tsunami em Tonga

A erupção no arquipélago de Tonga, no Oceano Pacífico, ocorreu no último dia 15. As alterações no nível do mar no litoral fluminense foram percebidas horas depois, às 18h20 pelo horário de Brasília

IBGE: Segundo o IBGE, as informações produzidas pela Rede Maregráfica são usadas para diferentes finalidades (Mario Sergio Araujo dos Passos/Wikimedia Commons)

IBGE: Segundo o IBGE, as informações produzidas pela Rede Maregráfica são usadas para diferentes finalidades (Mario Sergio Araujo dos Passos/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 14h39.

Última atualização em 21 de janeiro de 2022 às 14h41.

O tsunami provocado pela erupção de um vulcão subaquático em Tonga elevou em oito centímetros o nível do mar na costa brasileira, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira, 21 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estação Maregráfica do órgão em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, detectou o fenômeno 17 horas depois do tsunami.

A erupção no arquipélago de Tonga, no Oceano Pacífico, ocorreu no último dia 15. As alterações no nível do mar no litoral fluminense foram percebidas horas depois, às 18h20 pelo horário de Brasília.

"Houve uma discrepância significativa entre a previsão astronômica de maré e a altura do nível d'água do local", afirmou o engenheiro agrimensor Everton Gomes dos Santos, do IBGE, em nota distribuída à imprensa. "A perturbação temporária foi de 8 centímetros. Logo depois de aproximadamente um dia, os níveis começaram a voltar ao normal", acrescentou.

O IBGE mantém seis estações ativas na Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG) no Brasil: Arraial do Cabo (RJ), Imbituba (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Santana (AP). O fenômeno não foi identificado nas cinco demais estações, apenas no litoral fluminense.

Segundo o IBGE, as informações produzidas pela Rede Maregráfica são usadas para diferentes finalidades, como em projetos de conservação e ampliação da capacidade de portos e vias navegáveis, obras de infraestrutura (portos, rodovias, redes de água e esgoto) em regiões litorâneas e estudos de possíveis medidas de adaptação e mitigação dos impactos da elevação global do nível do mar.

"No âmbito internacional, a rede contribui para o Programa Global de Observação do Nível do Mar e para o Programa de Alerta de Tsunami do Caribe, da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, que apresentava significativa carência de informações no Atlântico Sul", comunicou o IBGE, em nota.

A Rede Maregráfica do órgão estatístico já captou anteriormente efeitos de fenômenos semelhantes, como o tsunami no Oceano Índico em 2004, que deixou mais de 200 mil mortos e foi detectado um dia após o incidente pela Estação Maregráfica de Macaé, no norte fluminense, atualmente desativada. Os equipamentos registraram também os impactos dos terremotos ocorridos no Chile em 2010.

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