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Hugo Motta envia pedidos de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro ao Conselho de Ética

Presidente da Câmara dos Deputados encaminhou nesta sexta-feira, 15, ações apresentadas pelo PT e pelo PSOL contra o deputado federal, que está nos Estados Unidos atualmente

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 14h47.

Última atualização em 15 de agosto de 2025 às 15h40.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou nesta sexta-feira, 15, quatro solicitações de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Conselho de Ética.

A movimentação ocorre após o PT e o PSOL apresentarem recursos contra o parlamentar, que está nos Estados Unidos desde março deste ano.

As solicitações haviam sido previamente enviadas à Mesa Diretora, mas estavam aguardando o despacho do presidente. Com o envio agora ao Conselho de Ética, será responsabilidade do presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-SC), dar seguimento ao processo.

Os partidos acusam Eduardo Bolsonaro de comportamentos incompatíveis com o decoro parlamentar. Segundo as representações, ele teria admitido publicamente a tentativa de promover sanções contra autoridades brasileiras enquanto se encontrava fora do país.

Os recursos mencionam que o deputado agiu contra os interesses do Brasil, destacando seu apoio às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua proposta de sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O envio ao Conselho segue o procedimento estabelecido no regimento da Câmara dos Deputados. O colegiado agora deverá verificar se há indícios de quebra de decoro parlamentar e, se confirmados, decidir sobre as possíveis sanções, que podem variar desde uma advertência até a cassação do mandato.

A presidência do Conselho está atualmente sob a responsabilidade de Fábio Schiochet (União-SC), que será encarregado de iniciar a análise formal dos processos.

Em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira, 14, Hugo Motta comentou sobre as atitudes do deputado no exterior, expressando preocupação com os efeitos de suas ações.

"O deputado Eduardo Bolsonaro, a quem eu respeito, poderia estar cumprindo o papel de defender a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro. Acho que é um direito de defesa amplo e deve ser respeitado, isso é válido na democracia. Mas quando parte para um trabalho contra o país, que prejudica empresas, nossa economia, eu não acho razoável", disse o presidente da Câmara dos Deputados.

Próximos passos

Eduardo Bolsonaro terá um prazo de dez dias para apresentar sua defesa. O relator do caso deverá apresentar um parecer, no qual decidirá se o processo deve prosseguir ou ser arquivado. O relatório será então submetido à votação no Conselho de Ética.

Ainda não há reuniões agendadas para o colegiado nos próximos dias. Além das ações contra Eduardo, Hugo Motta também enviou nesta sexta-feira mais 16 representações contra outros deputados, que estavam aguardando despacho para o Conselho.

Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro solicitou licença do cargo por 120 dias. Após o término da licença, em 21 de julho, ele retomou oficialmente suas funções como deputado, mas não retornou ao Brasil. No Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar é investigado em um inquérito que apura a possível prática de crime contra a soberania nacional.

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