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Hospital tem 10 dias para explicar "situação calamitosa"

A DPU deu prazo de dez dias para a direção do hospital responder por quais motivos a unidade de saúde se encontra em estado de abandono


	Médico examina paciente: na semana passada, a direção do hospital já havia informado que está se adaptando às novas regras para a compra de material básico.
 (AFP / Gerard Julien)

Médico examina paciente: na semana passada, a direção do hospital já havia informado que está se adaptando às novas regras para a compra de material básico. (AFP / Gerard Julien)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2013 às 15h52.

Rio de Janeiro - A Defensoria Pública da União (DPU) no Rio de Janeiro classificou a atual situação da infraestrutura do Hospital Federal do Andaraí, na zona norte do Rio, como "sucateada e calamitosa". A declaração foi feita hoje (8) pelo defensor público federal Daniel Macedo durante vistoria para averiguar os frequentes cancelamentos de cirurgias de alta e média complexidade que vêm ocorrendo nos últimos dois anos, em consequência da falta de insumos e medicamentos básicos.

A DPU deu prazo de dez dias para a direção do hospital responder quais os medicamentos que estão em falta, quantas cirurgias foram desmarcadas e por quais motivos a unidade de saúde se encontra em estado de abandono. O defensor Daniel Macedo explicou que, caso os problemas no Hospital do Andaraí não sejam resolvidos nesse período, uma ação civil pública será ajuizada e os gestores da unidade podem ser denunciados por negligência administrativa.

Segundo Macedo, a unidade de saúde recebe mais de R$ 100 milhões de orçamento. "Aqui não tem absolutamente nada, está tudo quebrado e sucateado. A maternidade está fechada há dois anos e a emergência está destruída. O paciente que vier aqui tem que contar com a sorte para ser atendido", disse Macedo.

Diagnosticada com câncer na garganta, a dona de casa Valmíria da Conceição voltou para casa depois de 13 dias internada no Hospital do Andaraí. "Eu deixei o hospital por conta própria, porque cansei de esperar pela cirurgia de retirada do tumor, que foi adiada uma vez porque não tinha material nem medicamentos", reclamou.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que está preparando uma nota de esclarecimento, mas até o fechamento desta matéria a informação não havia chegado.

Na semana passada, a direção do hospital já havia informado que está se adaptando às novas regras para a compra de material básico, que é feita por meio de leilão eletrônico, e acrescentou que a previsão para normalizar o abastecimento é 19 de julho. No entanto, segundo a Defensoria, o leilão eletrônico foi adotado há seis meses, prazo que seria suficiente para uma adaptação.

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