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Hospitais federais no Rio de Janeiro receberão R$ 120 milhões

Ao todo, seis hospitais federais do Rio de Janeiro vão receber dinheiro para obras nas instalações, informou o ministro da Saúde

Rio de Janeiro: o ministro informou que houve o aumento de 32% no número de pacientes atendidos (DEPARTAMENTO DE GESTÃO HOSPITALar/Reprodução)

Rio de Janeiro: o ministro informou que houve o aumento de 32% no número de pacientes atendidos (DEPARTAMENTO DE GESTÃO HOSPITALar/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de abril de 2019 às 17h31.

O Ministério da Saúde e a Secretaria-Geral da Presidência vão aplicar R$ 120 milhões em reformas nos seis hospitais federais no Rio de Janeiro. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, as obras serão realizadas em instalações elétricas e hidráulicas, em áreas de ambientação e de recuperação. As prioridades serão encaminhadas pelas direções dos hospitais da Lagoa, de Ipanema, de Bonsucesso, dos Servidores do Estado, do Andaraí e no Cardoso Fontes.

"A autorização e a definição do valor já foi dada. Agora vem a fase de entrar no sistema e fazer a análise dos projetos, que é muito mais técnica, uma coisa de engenharia, mas a gente já dá um passo de identificar que esse valor pelo menos coloca esses hospitais em uma condição melhor. No Hospital da Lagoa, a gente tem problema no andar de cima, tem problema nas enfermarias do Hospital de Bonsucesso", disse o ministro.

Já no Hospital do Andaraí, a situação, segundo o ministro, é tão precária que está em estudo a possibilidade de construir uma outra unidade na região. "Ali a gente tem discutido se vamos caminhar em direção à reforma ou se aquela região, que só tem o Andaraí, comporta uma outra unidade hospitalar, e no Andaraí a gente fazer somente cuidados mais paliativos até que tenhamos uma unidade mais moderna. Isso é ainda um ponto de discussão. Uma equipe de engenheiros e arquitetos vai fazer uma leitura mais adequada do Andaraí".

Ação integrada

O ministro deu as declarações ao lado do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Floriano Peixoto. Os dois se reuniram com o Comitê Gestor da Ação Integrada nos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, na sede do Ministério da Saúde, no centro do Rio, para discutir as medidas e ações executadas para organizar e melhorar o atendimento e gestão nas unidades federais que funcionam no estado.

O ministro Floriano Peixoto informou que houve um aumento de 32% no número de consultas de emergência entre janeiro a março em comparação ao mesmo período de 2018. Houve ainda 7% de crescimento nos atendimentos ambulatoriais, de 10% nas internações e 3% no total de cirurgias. Esses números resultaram em 250.155 atendimentos, o que significa 20.216 a mais que o registrado no ano anterior.

Outro dado considerado positivo pelo ministro Floriano Peixoto foi a qualificação de atendimentos realizada no período tanto na gestão administrativa como na parte médica. A equipe de trabalho é integrada por 50 profissionais dos hospitais de referência Sírio-Libanês (SP), Albert Einstein (SP), Alemão Oswaldo Cruz (SP), Hospital do Coração (SP) e Moinhos de Vento (RS), que realizaram mais de 100 visitas às unidades federais, o que resultou na capacitação de 1.413 funcionários.

Floriano Peixoto disse que o processo de centralização de compras e de serviços vai permitir, dentro de uma transição, que as compras e contratações individualizadas sejam expandidas. "A gente espera que com esse procedimento, que deve se completar em dois anos, a gente possa trazer uma economia de R$ 50 milhões para os cofres públicos".

Medicamentos

O levantamento feito nos três meses das atividades da Ação Integrada apontou também falta de alguns itens de medicamentos em quase todos os seis hospitais federais. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deu como exemplo unidades que não tinham álcool gel, elemento de segurança e de utilização, que na sua falta impede uma série de ações de atendimentos. "Os hospitais não trabalhavam com nenhum tipo de gestão e de organização desse estoque".

Para o ministro, a falta de medicamentos será resolvida com o sistema de informatização do estoque hospitalar nos seis hospitais, o acompanhamento da quantidade e da utilização dos medicamentos, com a implantação do uso da dose fracionada por paciente.

Até então, segundo o ministro, uma enfermaria pedia um tipo de medicamento para um paciente que não precisaria usar todos os comprimidos da cartela e ela não retornava aos estoques para ser utilizada em outro atendimento. "Agora, manda-se um comprimido para aquele paciente no horário prescrito. Essa é a fase que a gente começa agora. A primeira foi de identificação de todos os gargalos", disse Mandetta.

O levantamento localizou também medicamentos vencidos nas farmácias dos hospitais. "A gente encontrou, sim, a situação de muitos medicamentos no âmbito dos seis hospitais, mas por falta de controle de abastecimento", disse Mandetta.

Segundo o ministro da Saúde, problemas de recursos humanos são mais um caso de entraves encontrados nesse período. "Temos funcionários públicos federais de uma carreira que praticamente tem sido deixada para a extinção, que é uma situação dos médicos concursados federais. Tem a improvisação com a questão dos contratos temporários, que acabam não dando para esses profissionais um vínculo qualificado com esses hospitais. Eles se veem sempre como uma solução paliativa para o momento e não sabem se vão continuar. Isso sempre prejudica".

A ação integrada constatou ainda a falta de tecnologia da informação nas unidades. Mandetta adiantou que nessa área haverá o sistema de gestão dos estoques, primeiro no Hospital de Bonsucesso, que depois se estenderá às outras unidades.

Segurança

O balanço dos três meses de Ação Integrada de Apoio à Gestão dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro não apontou problemas na área de segurança. "Zero, zero, zero, zero", disse o ministro Floriano Peixoto.

O ministro negou que o trabalho da equipe de militares enviada ao Hospital de Bonsucesso no âmbito da ação integrada tenha a função de apuração policial. "Eles não foram lá para fazer qualquer investigação policial", disse Floriano Peixoto.

Segundo secretário-geral da Presidência, o propósito do trabalho dos oficiais no Hospital de Bonsucesso foi contribuir com a gestão. "Não temos nenhum militar na função de ordenador de despesas ou ocupando cargo na estrutura do hospital. Eles estão lá para ajudar na gestão e terminaram a primeira fase, que estamos concluindo [agora], com relatório propositivo, uma identificação da situação do hospital e com um documento que estabelece recomendações para a administração e infraestrutura do hospital. A missão deles foi muito bem cumprida. Não tivemos, em nenhum momento, reação do hospital relativa ao trabalho dos oficiais. Muito pelo contrário. Um exemplo que caracteriza muito bem foi a melhoria dos atendimentos", disse.

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