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Hora da ação? Brasil inicia combate ao fogo na Amazônia

Governadores da Amazônia legal devem se reunir com o presidente Bolsonaro para definir medidas concretas contra os incêndios

Amazônia: nesta segunda, uma portaria autorizando o uso da Força Nacional de Segurança, com 1.200 homens, para ajudar a combater o fogo (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

Amazônia: nesta segunda, uma portaria autorizando o uso da Força Nacional de Segurança, com 1.200 homens, para ajudar a combater o fogo (Isac Nóbrega/PR/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 07h01.

Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 07h39.

São Paulo — Depois de ser bombardeado com críticas por parte da comunidade internacional, o governo deve inicia a partir de hoje ações mais concretas para combater os inúmeros focos de incêndio que queimam a floresta amazônica há mais de duas semanas.

Um dos compromissos de Jair Bolsonaro deverá ser um encontro com os governadores da Amazônia legal, que pediram, em carta endereçada ao presidente, uma reunião de emergência para tratar sobre o assunto. A reunião deve acontecer na terça-feira.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, deve publicar hoje uma portaria autorizando o uso da Força Nacional de Segurança, com 1.200 homens, para ajudar a combater o fogo. Além deles, cerca de 400 dos 44.000 militares já lotados na Amazônia iniciaram ontem ações de combate a incêndio, atenção à população e repressão a crimes ambientais.

Bombeiros estão sendo deslocados para engrossar os trabalhos. O governo também deve apurar denúncias de que sindicalistas e produtores rurais combinaram um “dia do fogo” no Pará. O Planalto informou ainda que vai liberar 28 milhões de reais, verba que estava contingenciada, para bancar as atividade extraordinárias.

A coordenação das operações deve ficar a cargo do Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, instalado no sábado em Brasília. Ontem, Bolsonaro se reuniu por mais de duas horas com o filho, Eduardo, e com o chanceler Ernesto Araújo. Depois, anunciou que aceitou apoio de Israel, que ofereceu um avião especializado no combate a incêndios.

Tudo acontece após uma guinada na postura do presidente devido às críticas que pipocaram na última semana, tanto aqui dentro como lá fora. Se há poucos dias Bolsonaro tentava minimizar a abrangência dos incêndios e culpou ONGs pelas queimadas, na última sexta-feira, o presidente admitiu a gravidade da situação e acionou as Forças Armadas para combater o fogo por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, Bolsonaro afirmou que “é preciso ter serenidade ao tratar dessa matéria” e que “incêndios florestais existem em todo o mundo e isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais”.

Os incêndios foram tratados pelos líderes globais reunidos no fim de semana na França, em encontro do G7. O presidente francês, Emmanuel Macron, demandava uma postura mais agressiva, mas no fim predominou uma visão mais cautelosa do grupo, defendendo a soberania brasileira e a oferta de “meios técnicos e financeiros”. A dúvida é se o Brasil aceitará a ajuda, como fez com Israel, ou a esnobará, como fez com o Fundo Amazônia, que até agosto era financiado por Noruega e Amazônia.

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