Com base em imagens de câmeras de segurança no entorno da produtora que fica no Humaitá, na zona sul do Rio, a Polícia Civil identificou Fauzi como um dos homens que jogaram coquetéis molotov contra a sede da produtora (Porta dos Fundos/Divulgação)
Janaína Ribeiro
Publicado em 4 de setembro de 2020 às 17h26.
Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 23h10.
O economista e empresário carioca Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, acusado de ser um dos responsáveis pelo ataque à produtora de filmes Porta dos Fundos, no Rio, na semana do Natal, foi preso em Moscou, na Rússia. As informações foram apuradas pela TV Globo com fontes que investigam o caso.
Em janeiro, o Itamaraty entrou em contato com autoridades russas para dar início aos trâmites do pedido de extradição de Fauzi. O nome do envolvido no ataque foi incluído na Difusão Vermelha da Interpol, e segundo apurou a TV Globo, já foi requisitada a extradição do suspeito para o Brasil.
Depois do ataque à produtora, Fauzi entrou com um pedido de habeas corpus na Justiça do Rio — em janeiro deste ano. A solicitação foi negada e, na época, advogados do suspeito informaram que recomendariam a ele que não retornasse ao Brasil. A defesa acrescentou que recorreria ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Com base em imagens de câmeras de segurança no entorno da produtora que fica no Humaitá, na zona sul do Rio, a Polícia Civil identificou Fauzi como um dos homens que jogaram coquetéis molotov contra a sede da produtora. Nas imagens obtidas pelos investigadores, ele aparece tirando uma fita que escondia a placa do automóvel.
Um dia antes da expedição do mandado de prisão contra ele, no dia 30 de dezembro, Fauzi embarcou para Moscou. O economista tem família na capital russa: a mulher dele, de origem russo-israelense, e o filho, de 3 anos, vivem no cidade. Ele é considerado foragido.
Em janeiro deste ano, o suspeito chegou a ser expulso do PSL — partido ao qual era filiado desde outubro de 2011.
Em entrevista concedida ao “Projeto Colabora”, Fauzi assumiu a autoria do ataque e declarou que soube com antecedência sobre a expedição de um mandado de prisão contra ele, cumprido em operação policial. Questionado sobre os objetivos do ataque, Fauzi disse que agiu apenas por motivação política. Na entrevista e em um vídeo divulgado, ele demonstrou insatisfação com o especial de Natal do Porta dos Fundos (“A primeira tentação de Cristo”), na qual Jesus Cristo foi retratado como homossexual.