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Homem ameaça repetir chacina de Campinas e é preso

Em rede social, ele escreveu que repetiria a tragédia de Campinas, na noite de ano-novo, quando um homem matou onze pessoas

Homicídio: o homem foi autuado pelos crimes de ameaça, difamação e coação no curso do processo (Thinckstock/Thinkstock)

Homicídio: o homem foi autuado pelos crimes de ameaça, difamação e coação no curso do processo (Thinckstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 16h41.

Sorocaba - Em disputa com a ex-mulher pela guarda do filho de dez anos, o contabilista Rodrigo Nomura Guerreiro, de 43 anos, foi preso na quarta-feira, 4, em Jaboticabal, interior de São Paulo, depois de ameaçar de morte, entre outras pessoas, duas juízas e uma promotora da cidade.

Em rede social, ele escreveu que repetiria a tragédia de Campinas, na noite de ano-novo, quando um homem matou onze pessoas, entre elas a ex-mulher e o próprio filho, e se matou.

"Vou fazer o mesmo que o cara de Campinas fez. Vou matar todo mundo e me matar", postou.

Como no caso de Sidnei Ramis de Araújo, o algoz de Campinas que disputava a guarda do filho com a ex-mulher, Guerreiro tenta obter na Justiça a custódia do filho, levado pela mãe para os Estados Unidos.

Nas postagens, além de ameaçar a ex-mulher, ele cita os nomes de duas juízas e de uma promotora da Comarca local e fala em invadir o Fórum para matar o maior número de pessoas.

"A guerra foi declarada em Jaboticabal. Pessoas vão morrer", escreveu.

Guerreiro teve a ordem de prisão expedida pela Justiça. De acordo com o delegado Wanderley Santos, quando os policiais o detiveram em sua casa, no Jardim São Marcos, ele havia acabado de postar uma última ameaça.

Em sua página no Facebook, as postagens recentes foram apagadas. O homem foi autuado pelos crimes de ameaça, difamação e coação no curso do processo.

Guerreiro foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Taiuva.

Nesta quinta-feira, 5, a Justiça converteu sua prisão temporária em preventiva - sem prazo determinado. Conforme o delegado, Guerreiro é formado em Direito e já foi piloto de aviação, mas ultimamente trabalhava com o pai como contabilista.

Ele já tinha várias passagens por situações de violência doméstica e responde a um processo criminal por suposta agressão a uma ex-namorada.

Uma das juízas e a promotora citadas nas mensagens atuam nesse processo.

"Ele foi enquadrado três vezes na Lei Maria da Penha e tinha dois registros de ameaças contra o namorado de sua ex-mulher, por isso vinha sendo monitorado pela Polícia Civil", disse.

Ainda segundo o delegado, em razão das denúncias, em 2014 os policiais foram à sua casa em busca de armas, mas nada encontraram.

"Desta vez, também vasculhamos a casa dele e não achamos armas, porém é evidente que há uma situação de risco."

Até a tarde desta quinta-feira, o suspeito não tinha constituído advogado para o novo processo. Um familiar que pediu para não ser identificado informou que há um ano Guerreiro tenta contato com o filho, levado pela mãe para os Estados Unidos, e é impedido de falar com ele.

A ex-mulher e a criança passaram a viver em Boca Raton, na Flórida.

Chacina

Na noite de 21 de dezembro, uma chacina já havia abalado a cidade de Jaboticabal. Inconformado por não conseguir passar a noite com uma mulher, o cabeleireiro William Roberto Ferreira Costa, de 27 anos, armou-se e invadiu a casa de prostituição, disparando contra as pessoas que estavam no local.

Seis pessoas morreram, entre elas a mulher e o empresário que estava com ela num quarto, a dona da casa e sua neta. O autor dos crimes foi preso no dia seguinte.

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