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Herança de governo Dilma será muito adversa, diz Serra

"É uma herança mais adversa do que a que recebeu, que já era muito adversa", disse o ex-governador


	Segundo Serra, a situação econômica em 2014 vai continuar "o mais do mesmo", sem ações para suprir os gargalos de infraestrutura e de outras áreas, como a saúde
 (Valter Campanato/ABr)

Segundo Serra, a situação econômica em 2014 vai continuar "o mais do mesmo", sem ações para suprir os gargalos de infraestrutura e de outras áreas, como a saúde (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2013 às 15h46.

São Paulo - O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse nesta quarta-feira, 24, que a herança do governo da presidente Dilma Rousseff para o próximo "vai ser muito adversa, com nós enormes", por conta dos problemas fiscais e de infraestrutura. "É uma herança mais adversa do que a que recebeu, que já era muito adversa", disse.

Segundo ele, a situação econômica em 2014 vai continuar "o mais do mesmo", sem ações para suprir os gargalos de infraestrutura e de outras áreas, como a saúde. "Em vez de consumir o tempo com infraestrutura, consome com satanização dos médicos, com a discussão do plebiscito. O governo joga sempre para piorar as expectativas e isso é impressionante", afirmou, em conferência organizada pela GO Associados.

O ex-governador repetiu a avaliação de que "o que falta hoje no Brasil é governo" e disse não se lembrar de um time "tão fraco" de auxiliares como o atual grupo de ministros. "Lembra-me os seis últimos meses do governo Jango (João Goulart), ou 1992, no governo Collor", disse Serra, citando, respectivamente, o ex-presidente deposto pelo golpe militar e o atual senador, que renunciou. "Chefes de executivo que se cercam por gente mais fraca são uma praga na vida pública. Não dá para pedir bom governo, mas é preciso algum governo", cobrou.

Serra avaliou ainda que a antecipação da campanha eleitoral foi negativa e pediu a unidade grande entre críticos e opositores em 2014, sem citar nomes. "O período precisa ser preenchido com o debate de propostas e menos com candidatura stricto sensu".

Ciclo

Para Serra, o momento atual configura o "fim do ciclo econômico do Brasil", com crescimento agregado traduzido no PIB "moderado e puxado pelo consumo". Segundo ele, os sinais de esgotamento surgiram em 2010, "com pressão da inflação e perspectivas de restrições de natureza externa, apesar do quadro de bonança que se prolongou até 2011". Para o ex-governador, o crescimento é lento com investimentos baixos nos setores público e privado. "O Brasil é um dos países que menos investe em infraestrutura com relação ao PIB", ressaltou. "A produtividade, que depende do investimento, é baixa", afirmou.

Serra lembrou que no período recente houve um crescimento das importações e que a alta nas compras externas "tiveram como contrapartida uma expansão moderada das exportações". O ex-governador e candidato derrotado à Presidência da República em 2010 lembrou ainda da desindustrialização do País, mostrada, segundo ele, pela queda da fatia da indústria de transformação no PIB. "Chegamos a um período recente na proporção de queda semelhante ao período pós-guerra".

Sobre as recentes manifestações que tomaram conta das ruas do Brasil, Serra disse há falta crescente de perspectivas. Para o ex-governador, "há ainda uma perda na qualidade do emprego do País".

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