O ministro minimizou ainda a possibilidade de abandono das pré-candidaturas dos deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2011 às 15h34.
São Paulo - A definição do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) à disputa pela Prefeitura da cidade de São Paulo nas eleições do próximo ano segue em "clima de unidade", avaliou neste domingo o pré-candidato e ministro da Educação, Fernando Haddad.
"O processo está andando muito bem, com os pré-candidatos se apresentando em clima de unidade. Penso que é um dos melhores processos (de prévias do PT) que já testemunhei", afirmou o ministro, após participar de encontros com correligionários no diretório nacional do partido, em São Paulo.
Em discurso durante o encontro, Haddad disse que as propostas do partido aos eleitores de São Paulo devem girar em torno de um projeto de futuro. "Não queremos ganhar para ficar quatro anos. Precisamos apresentar uma visão de futuro, dizendo aos paulistanos o que iremos fazer pelos próximos anos. Temos que mostrar como será São Paulo em 20 anos", afirmou. Ele afirmou que as ações da gestão pública da maior cidade do País devem manter uma "coerência" com as iniciativas propostas em Brasília. "Não vemos um alinhamento (da Prefeitura de São Paulo) com o governo Federal. Certas ações (federais) não chegam a São Paulo", disse.
Segundo ele, a definição do PT por um candidato até o dia 27 de novembro, quando estão previstas as prévias, proporcionará ao partido articular um melhor planejamento entre as diversas áreas da administração pública. Especialmente na saúde, atividade da maioria dos petistas presentes ao encontro deste domingo, Haddad afirmou ser preciso um estreitamento das políticas públicas com as sociais. "Precisamos de um plano que oriente o sistema de saúde público para o futuro." Mais cedo, o vereador petista Carlos Neder apresentou um estudo com as deficiência da saúde por regiões de São Paulo, com base em levantamento realizado pelo partido.
Sobre o apoio explícito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à sua candidatura, Haddad desconversou. "Procuramos nos apresentar a cada filiado do PT para que ele possa formar juízo sobre o candidato que deve representar nosso plano de governo para São Paulo", despistou, ressaltando novamente a unidade do partido em torno de uma candidatura após as prévias. "O debate está respeitoso, com todos os pré-candidatos se apresentando em clima de cordialidade."
Questionado em relação à maior visibilidade eleitoral da pré-candidata e atual senadora Marta Suplicy - que recebeu mais de oito milhões de votos nas últimas eleições, além de já ter governado a cidade - na disputa pela indicação do partido à Prefeitura paulistana, Haddad enfatizou que cada filiado "tem o direito de manifestar sua posição" em relação aos rumos do PT. Apoiadores da candidatura de Haddad dizem acreditar que um apelo da presidente Dilma Rousseff poderia levar Marta a desistir da prévia.
O ministro minimizou ainda a possibilidade de abandono das pré-candidaturas dos deputados federais Carlos Zarattini e Jilmar Tatto a favor de Marta. "Qualquer que seja a decisão dos demais pré-candidatos, o nosso papel, primeiramente, é valorizar o papel de cada um até aqui. Todos contribuíram com a discussão interna e seja qual for a decisão deles nos cabe respeitar."
Embora a candidatura de Haddad tenha o apoio de boa parte dos vereadores da bancada municipal e de correntes internas petistas, Marta mantém uma forte influência sobre a militância do partido. "É só ir à periferia e ver a força dela", declarou o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, na última semana. Outro pré-candidato à indicação do partido à Prefeitura de São Paulo é o senador Eduardo Suplicy.