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Haddad vai a Curitiba: chegou a hora de virar Lula?

O TSE deu ao PT dez dias para substituir Lula como candidato, e o partido avalia se vale a pena levar o prazo até o fim, ou antecipar a troca.

O candidato Fernando Haddad com máscara do ex-presidente Lula (Divulgação/Divulgação)

O candidato Fernando Haddad com máscara do ex-presidente Lula (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 06h31.

Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 13h18.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, viaja nesta segunda-feira a Curitiba para acertar os próximos passos da estratégia eleitoral petista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, como se sabe, lidera a corrida eleitoral, mas foi proibido de concorrer por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na madrugada de sábado. Por 6 votos a 1, os ministros da corte vetaram a candidatura em cumprimento à Lei da Ficha Limpa, já que o ex-presidente foi condenado em segunda instância por corrupção.

O TSE deu ao PT dez dias para substituir Lula como candidato, e o partido avalia se vale a pena levar o prazo até o fim, ou antecipar a troca. Uma das variáveis que podem definir a decisão são as pesquisas eleitorais. Quatro levantamentos estão previstos para esta semana. Hoje sai pesquisa FSB/BTG; na terça-feira, nova rodada do Ibope; na quinta, Datafolha; na sexta, XP/Ipses. Os dois últimos já estarão sem Lula como candidato, uma vez que começam a ser feitos entre hoje e amanhã.

Cientistas políticos avaliam que mesmo uma intensa comunicação de transferência dos votos deve demorar duas semanas para trazer resultados concretos ao PT. Um dos últimos levantamentos publicados, da XP, mostra que Haddad teria 13% das intenções de voto, muito abaixo dos 33% de Lula, mas ainda assim suficientes para ele ir ao segundo turno.

Nos primeiros dias de campanha depois da decisão do TSE, o PT apostou na estratégia de apresentar Haddad e de intensificar o enfrentamento com o Judiciário. Na noite da sexta-feira, ante a possibilidade de o tribunal proibir o partido de exibir sua propaganda enquanto não substituísse o nome de Lula, aventada pelo relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso, o PT exibiu em suas redes sociais o que seria o primeiro filme da campanha com o ex-presidente. Na apresentação da peça, convidou seus seguidores a assistir “ao programa eleitoral de Lula Presidente que Barroso tem medo que passe na TV”.

Os próximos dias também devem trazer uma nova leva de batalhas jurídicas. Em visita a Alagoas e Pernambuco neste fim de semana, Haddad afirmou que o partido seguirá buscando na Justiça manter a candidatura de Lula. O PT deve entrar nos próximos dias com recursos no Superior Tribunal Federal. O Partido Novo, por sua vez, entrou neste domingo com uma ação no TSE contra as propagandas eleitorais do PT, alegando que elas descumprem ordem judicial. Para o Novo, a chapa do PT “deixa claro que não está disposta a seguir o caminho da legalidade”.

A influência da Justiça na corrida eleitoral não se encerrou na última sexta-feira.

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