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Haddad tem a rejeição, mas não os votos de Lula. E agora, PT?

Segundo Datafolha, o candidato do PT caiu de 22% para 21% no primeiro turno; e sua taxa de rejeição subiu nove pontos percentuais

HADDAD: A ordem no partido, desta quarta-feira em diante, é conter os danos

HADDAD: A ordem no partido, desta quarta-feira em diante, é conter os danos

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 07h03.

Última atualização em 3 de outubro de 2018 às 07h29.

Os votos para o PT são dados no partido ou em Lula? A pergunta voltou a ganhar relevância com os resultados decepcionantes de Fernando Haddad nas últimas duas pesquisas, do Ibope e do Datafolha, que o mostraram estacionado em 21% das intenções de voto. A rejeição disparou para patamares similares aos do principal adversário, Jair Bolsonaro (PSL). Ou seja: Haddad chega à reta final do primeiro turno com um candidato que atraiu a rejeição, mas não os votos de Lula.

A ordem no partido, desta quarta-feira em diante, é conter os danos. Segundo reportagem do jornal Valor, Lula recomendou a Haddad que cancele a agenda de rua e tire os próximos dois dias para se preparar para o debate decisivo, marcado para amanhã, na Globo. “Debate não ajuda, mas atrapalha”, costuma dizer o ex-presidente. Haddad fez campanha ontem na Baixada Fluminense, um tradicional reduto do PT que nesta corrida eleitoral migrou para Bolsonaro — o partido sempre ganhou no estado tem apenas 14% das intenções de voto no Rio, segundo o Ibope.

O ex-prefeito de São Paulo teve desempenho ruim no debate da Record, no domingo, segundo pesquisas feitas pelo próprio partido. O problema, para Haddad, é que um dos pontos mais mal explicados de seu programa de governo, cobrado por adversários no debate, não é seu, mas do PT: uma reforma constituinte. “Você não acredita no que diz”, afirmou Ciro, no domingo, após resposta evasiva do petista sobre uma nova carta magna.

Entrevistas recentes de um dos fundadores do partido, o ex-ministro José Dirceu, afirmando em “tomar o poder” e em “tirar todos os poderes do Supremo” também mostram as divisões na campanha petista, acentuadas com as dificuldades naturais de comunicação com Lula, preso em Curitiba por corrupção.

Segundo a Folha, a campanha petista detectou crescimento de Jair Bolsonaro principalmente entre mulheres evangélicas de baixa renda. No fim de semana, importantes líderes evangélicos, como o bispo Edir Macedo, declararam apoio no capitão reformado do exército. Bolsonaro também tem ganhado força no Nordeste, o maior reduto petista.

A ordem no partido dos trabalhadores é reforçar o foco na economia e na melhora das oportunidades oferecidas durante o governo Lula para recuperar terreno. Faltam dois dias de campanha, e um debate, para levar Haddad para os patamares de Lula, que chegou a ter 39% das intenções de voto no fim de agosto, segundo o Datafolha.

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