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Haddad sai da sombra de Lula e tenta reverter cenário adverso nas urnas

Candidato do PT aposta em sua experiência como ministro da Educação nos dois governos Lula e no início da gestão de sua sucessora, Dilma Rousseff

Bacharel em Direito pela USP, com um mestrado em Economia e um doutorado em Filosofia pela mesma instituição, Haddad defende uma sociedade democrática (Gustavo Basso/Getty Images)

Bacharel em Direito pela USP, com um mestrado em Economia e um doutorado em Filosofia pela mesma instituição, Haddad defende uma sociedade democrática (Gustavo Basso/Getty Images)

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EFE

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 09h43.

Brasília - O político e acadêmico petista Fernando Haddad, que tentará vencer a disputa pela presidência da República no próximo domingo, chegou ao segundo turno sob a sombra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que impulsionou a candidatura do afilhado político, mas agora mostra estar se desvencilhando dela como estratégia para superar o concorrente nas urnas, Jair Bolsonaro (PSL).

Ex-prefeito de São Paulo, o candidato foi o segundo mais votado no primeiro turno, após uma intensa campanha do PT para mostrá-lo como o sucessor de Lula a eleitores saudosos dos anos de governo do líder da legenda, agora preso em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No entanto, para o segundo turno, Haddad optou por seguir o conselho de seus estrategistas - e até do próprio Lula - de sair de sua sombra e do peso que o PT carrega devido ao maior escândalo de corrupção da história do Brasil.

Os números das pesquisas eleitorais, porém, são taxativos: Haddad pouco ou nada avançou. Segundo a última pesquisa do Datafolha, ele tem 41% das intenções de voto, 18 pontos percentuais atrás de Bolsonaro, considerando os votos válidos. Já de acordo com os números divulgados ontem pelo Ibope, o petista tem 43%, contra 57% do deputado federal. No primeiro turno, Bolsonaro obteve 46% dos votos, e Haddad recebeu 29%.

Bacharel em Direito pela USP, com um mestrado em Economia e um doutorado em Filosofia pela mesma instituição, Haddad defende uma sociedade democrática onde a justiça social e a igualdade de direitos sejam prioridades.

Como desafio nas urnas, embora tenha atraído o apoio de grande parte de outras legendas de esquerda, a aliança tem sido até aqui mais simbólica do que efetiva.

Por isso, ele agora busca conseguir o apoio dos eleitores que votaram em candidatos de centro, uma tarefa nada fácil, já que essa faixa, apesar de se dizer contra programas ditatoriais, tem mostrado rejeição aos casos de corrupção vinculados ao PT.

Além disso, a força e o carisma de Lula não encontram o mesmo brilho em Haddad.

Seguidor da corrente marxista e do pragmatismo de Jürgen Habermas, Haddad não conseguiu aplicar a teoria na prática para enfrentar o que define como ameaça da extrema-direita.

O candidato do PT aposta em sua experiência como ministro da Educação nos dois governos Lula e no início da gestão de sua sucessora, Dilma Rousseff. No cargo, ele conseguiu desenvolver uma reforma orçamentária para a área e criar projetos como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), reconhecido em nível mundial.

Haddad também aposta em sua experiência como prefeito de São Paulo (2013-2016), cidade que o viu crescer, catapultado por Lula, e na qual concentrou sua campanha nas duas últimas semanas.

Na capital paulista, ele é lembrado pela criação de uma controladoria que ajudou a combater a corrupção nas estatais e por alguns dos seus programas, como o de mobilidade urbana.

Porém, os feitos não foram suficientes para que ele fosse reeleito como prefeito em 2016, sendo derrotado no primeiro turno pelo empresário João Doria.

Sem mudanças drásticas à vista e a poucos dias do segundo turno, este político de família de origem libanesa e espírito acadêmico queima os últimos cartuchos que lhe restam para tentar subir a rampa do Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019.

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