Comércio ambulante: Haddad suspendeu a prorrogação do convênio em agosto do ano passado (Fábio Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2014 às 21h01.
São Paulo - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), decidiu manter o foco da Operação Delegada da Polícia Militar na fiscalização dos camelôs. O convênio, inserido no Programa de Combate ao Comércio Irregular, foi prorrogado nesta terça-feira, 29, por mais dois anos, por R$ 148,9 milhões.
"Nada vai mudar. A Operação Delegada será mantida integralmente do jeito que era", afirmou ao Estado Roberto Porto, secretário municipal de Segurança Urbana, que assumiu o programa. Antes, o convênio era comandado pela Secretaria das Subprefeituras, cujo titular é Francisco Macena.
A gestão Haddad, no entanto, recuou sobre a condução do programa. Em junho do ano passado, o prefeito chegou a afirmar que não havia cabimento manter 3 mil policiais militares atrás de camelôs no centro. Ele tentou transferi-los para programa de patrulha ostensiva na periferia, mas houve baixa adesão ao bico nos bairros mais distantes.
Em 23 de agosto do ano passado, Haddad suspendeu a prorrogação do convênio. O número de soldados na região central caiu de 3.439 para 1.853. Agora, segundo petistas, a decisão foi tomada para evitar que Alexandre Padilha (PT), pré-candidato ao governo, vire alvo de ataques dos adversários.
O programa foi criado em 2009 pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). O governador Geraldo Alckmin (PSDB) ampliou o convênio para cidades com mais de 300 mil habitantes. Ambos também devem disputar o comando do Palácio dos Bandeirantes. Em cidades do interior, quem paga o adicional de até R$ 1,9 mil mensais aos PMs é o governo do Estado.
Culpa
Outro receio da gestão do PT é que o governo paulista começasse, em ano eleitoral, a responsabilizar a Prefeitura e a redução da Operação Delegada pelo aumento do número de roubos e furtos que vêm sendo registrados neste ano pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).
No fim do ano passado, o secretário Fernando Grella pediu para Haddad manter o convênio e os PMs no centro, como forma de ajudar a evitar assaltos e furtos.