Brasil

Haddad recua de mudança na previdência de servidores

Segundo Haddad, recuo em relação à Sampaprev foi motivado pela ameaça do Sindicato dos Profissionais em Educação de deflagrar uma paralisação a partir de sexta


	Haddad: segundo o prefeito, recuo em relação à Sampaprev foi motivado pela ameaça do Sindicato dos Profissionais em Educação de deflagrar uma paralisação a partir de sexta
 (Wilson Dias/ABr)

Haddad: segundo o prefeito, recuo em relação à Sampaprev foi motivado pela ameaça do Sindicato dos Profissionais em Educação de deflagrar uma paralisação a partir de sexta (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 18h28.

São Paulo - Pressionado pela possibilidade de greves de servidores às vésperas da eleição municipal, o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Hadad (PT), fez acenos ao funcionalismo.

Na manhã desta quinta-feira, 25, em debate promovido pelo Sindicato dos Especialistas em Educação do Ensino Municipal, o prefeito anunciou a retirada do projeto de lei que prevê a criação da Sampaprev (regime de previdência privada do funcionalismo) e a criação de 96 cargos efetivos de supervisão em escolas municipais.

Segundo Haddad, o recuo em relação à Sampaprev foi motivado pela ameaça do Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal (Sinopeen) de deflagrar uma paralisação a partir de sexta-feira, 26.

A criação da Sampaprev é rejeitada por grande parte dos 155 mil servidores municipais que temem perder direitos com o novo regime previdenciário.

Na semana passada Haddad acusou o presidente do Sinpeen, Claudio Fonseca, de fazer uso político da paralisação. Fonseca é filiado ao PPS, que apoia o candidato tucano à Prefeitura, João Doria. Segundo o prefeito, o projeto de lei foi apresentado para cumprir uma exigência do Ministério da Previdência.

Neste quinta-feira, Haddad mudou o discurso, disse ter conversado com o presidente do sindicato e combinado fazer um "gesto" para impedir a paralisação marcada para sexta e deixar o debate para depois das eleição.

De acordo com o prefeito, o foco tanto do sindicato quanto da Prefeitura é barrar a PEC 241, apresentada pelo presidente em exercício, Michel Temer, que cria um teto de despesas para o governo federal e deve reduzir as verbas para educação.

"Continua sendo uma exigência do Ministério da Previdência mas durante o período eleitoral nós não queremos confundir com o que nos interessa que é barrar a PEC 241. Não vamos nos dividir em um momento tão delicado da vida nacional", explicou Haddad.

"Ele (Fonseca) falou que se (a Prefeitura) fizer o gesto de adiar essa discussão para um momento mais oportuno (o sindicato) vai considerar", completou o prefeito.

Além disso Haddad prometeu criar 96 cargos de supervisão na rede pública de ensino. Segundo ele o projeto de lei já está pronto e deve ser apresentado logo depois da eleição. O petista negou que a criação dos cargos seja uso eleitoral da máquina pública.

"Como a rede expandiu muito, na semana que vem vamos celebrar mais de 400 creches abertas, precisa de um trabalho de supervisão. Havia dúvida se eu podia encaminhar em ano eleitoral e chamar os diretores concursados. O Jurídico entendeu que eu posso. Não há impacto orçamentário porque vamos substituir temporário por concursado", justificou o prefeito.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasFernando HaddadFuncionalismoGrevesMetrópoles globaisPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPrefeitossao-paulo

Mais de Brasil

Bolsonaro indiciado pela PF: entenda o inquérito do golpe em cinco pontos

O que acontece agora após indiciamento de Bolsonaro e os outros 36 por tentativa de golpe de Estado?

Inmet prevê chuvas intensas em 12 estados e emite alerta amerelo para "perigo potencial" nesta sexta

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes