Agência de notícias
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 11h22.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira que o debate racional com os Estados Unidos, separando a questão econômica da política, vai se iniciar a qualquer momento. Para Haddad, a tarifação de produtos brasileiros em 50% é um tiro no pé para os americanos, que vão pagar mais caro pelo café e carne brasileiros.
"É um tiro no pé para a economia americana. Não faz sentido pagar mais caro pelo café e carne. O tarifaço não faz sentido do ponto de vista econômico. Vai se iniciar a qualquer momento um debate racional, separando a questão política do econômico", disse Haddad, que participou nesta manhã da 16ª edição do Macro Vision, evento promovido pelo Itaú BBA para debater tendências econômicas e políticas do país.
O Macro Vision acontece no Hotel Rosewood, em São Paulo, e foi aberto pelo CEO do Itaú, Milton Maluhy, que citou as incertezas do ambiente externo, entre elas o comportamento do Federal Reserve (Fed) em relação às taxas de juros nos EUA, as pressões políticas e os efeitos da depreciação do dólar no câmbio brasileiro.
Haddad disse que tem uma visita programada aos Estados Unidos para participar da reunião do G20, que acontece em novembro. Ele afirmou que, “na pior das hipóteses”, pode se encontrar lá com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
"Acredito que na pior das hipóteses a gente vai se falar lá. Mas quem sabe, antes disso, os dois gabinetes marquem uma reunião", afirmou o ministro, acrescentando que ainda não sabe se participará de um possível encontro entre o presidente Lula e o mandatário americano, Donald Trump. "Isso é com o presidente. Mas posso estar", garantiu.
Haddad afirmou que o presidente dos Estados Unidos pode ter a preferência política que quiser e manifestá-la. Mas tentar usar tarifa como arma política, disse, é um equívoco que deveria ser corrigido o quanto antes.
"E nós estamos trabalhando nessa direção. Primeiro, para explicar como é que funcionam os poderes no Brasil. Aqui não tem autocrata. Aqui tem presidente, tem Congresso, tem Supremo. Não tem um autocrata no executivo", disse.