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Haddad quer aproveitar atos anti-Temer para reaver eleitores

Por enquanto o discurso se restringe às agendas públicas e entrevistas, mas alguns integrantes da coordenação defendem que seja incluída na televisão


	Haddad: por enquanto o discurso se restringe às agendas públicas e entrevistas, mas alguns integrantes da coordenação defendem que seja incluída na televisão
 (Rovena Rosa/ Agência Brasil)

Haddad: por enquanto o discurso se restringe às agendas públicas e entrevistas, mas alguns integrantes da coordenação defendem que seja incluída na televisão (Rovena Rosa/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2016 às 17h59.

São Paulo - A campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT) vai se aproveitar do desgaste causado pelas manifestações contra o governo Michel Temer em São Paulo e da agenda negativa de reformas trabalhista e da Previdência para tentar reaver eleitores da periferia que historicamente votavam no PT e hoje se dividem entre os candidatos Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB).

"A questão da Previdência é uma pauta da população da periferia. Os protestos acabam potencializando este tema e fazem com que o debate com a Marta aflore", disse o presidente municipal do PT de São Paulo.

Por enquanto o discurso anti-Temer se restringe às agendas públicas e entrevistas, mas alguns integrantes da coordenação da campanha petista defendem que seja incluída na propaganda da televisão.

Nesta quinta-feira, 8, durante caminhada de Haddad na região do Grajaú (Zona Sul), a estratégia ficou clara. O vereador Alfredinho (PT), candidato à reeleição, tentou vincular os adversários, principalmente Marta, à pauta de Temer.

"Não podemos reforçar o projeto do golpista Temer", disse o vereador, citando as reformas trabalhistas, da Previdência e o limite de gastos da União previsto na PEC 241. "Tem três candidatos que representam o Temer. Marta, (João) Doria (PSDB) e Russomanno", completou.

A estratégia representa uma guinada na campanha petista. Duas semanas atrás o próprio Haddad se recusava a responder perguntas sobre a política nacional alegando que tinha apenas 40 dias de corrida eleitoral para mostrar suas realizações à frente da Prefeitura. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele chegou a dizer que "golpe é uma palavra um pouco dura" para o impeachment da presidente Dilma Rousseff mas, diante da reação negativa do PT, voltou atrás.

Agora, diante do crescimento das manifestações contra Temer. Alguns petistas já defendem que a própria Dilma seja convidada para algum evento da campanha. Nesta quarta-feira o prefeito participou do Grito dos Excluídos, promovido por movimentos sociais que lideram os protestos pelo "Fora Temer".

Segundo Haddad, não se trata de nacionalizar o debate da eleição municipal, mas de abordar temas nacionais que têm impacto na vida dos eleitores e das prefeituras.

"Deixa o debate acontecer", disse ele, depois da caminhada no Grajaú. "A PEC 241, que limita gastos, tem impacto na saúde financeira dos municípios que vão receber menos repasses da União. Não é questão de nacionalizar. O que está sendo discutido hoje no Congresso Nacional vai ter forte impacto na gestão municipal e isso tem que ser alertado".

Em rápida entrevista coletiva, o prefeito criticou a reforma da Previdência.

"Você não pode tratar igual um trabalhador de baixa renda que entra no mercado aos 16 anos ganhando salário mínimo com funcionário de alto escalão, de alta renda, que começa a trabalhar aos 30 anos de idade ganhando R$ 12 mil ou R$ 18 mil. O que o governo Temer está fazendo é botar tudo no mesmo saco".

Haddad negou que a ida ao Grito dos Excluídos tenha motivação eleitoral e lembrou que participa há quatro anos do evento.

Segundo Alfredinho, a ideia é esclarecer o eleitorado sobre os vínculos dos candidatos com o governo Temer e suas propostas.

"Temos que falar a verdade para o trabalhador. Com a falta de informação, tem gente que não consegue separar quem é quem. A Marta é Temer e não tem dúvida", disse o vereador.

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